O advogado de Rui Pinto abandonou a associação de penalistas que pediu para que o hacker não seja ouvido no Parlamento, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Novo Banco. Em causa está uma alegada tentativa de silenciar o criador do Football Leaks.
"Ignoro o que o Sr. Rui Pinto terá para dizer no âmbito da CPI, mas parece-me absolutamente inaceitável esta tomada de posição pública da Fórum Penal pelo que entendo dever deixar de fazer parte da Fórum Penal, agradecendo que esta minha renúncia produza efeitos imediatos", lê-se na carta enviada à associação e a que o CM teve acesso.
Para Francisco Teixeira da Mota, pretender que os deputados "não possam ouvir um cidadão que consideram poder contribuir para o esclarecimento da verdade é uma tentativa de silenciar quem possa contribuir para a descoberta da verdade e de, lamentavelmente, cercear a liberdade dos deputados".
A carta foi enviada por vários advogados, como João Medeiros, Rui Patricio ou Paulo Saragoça da Matta, ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. Para o advogado do criador do Football Leaks, é "inaceitável".
"Não particularmente pelo que diz — não desconsidero os princípios constitucionais no mesmo invocados — mas pelo que omite e, assim, transmite publicamente: uma tomada de posição cúmplice com o imenso universo da criminalidade económica que faz, esse sim, perigar a nossa democracia", afirma Teixeira da Mota.