Antigo responsável pelo armeiro da polícia, que se encontra suspenso, lançou ainda criticas à forma como foi feito um segundo inventário.
O agente Luís Gaiba, antigo responsável pelo armeiro da polícia, negou hoje em tribunal estar envolvido no furto de 55 pistolas, justificando que o inventário está errado e que alguns responsáveis da PSP deviam estar no processo.
Luís Gaiba afirmou, no julgamento, que a acusação "não corresponde à verdade", que não retirou "qualquer arma da direção nacional" da PSP e que denunciou por mail aos superiores hierárquicos a falta de condições do armeiro, por exemplo o facto de a porta ser em madeira, algumas armas estarem em caixotes de papelão e não haver um dispositivo de dados biométricos para quem entrava.
O agente, que se encontra suspenso, lançou ainda criticas à forma como foi feito um segundo inventário pela comissária Isabel Lobo em 2017.
"Não sei se desapareceram 55 'glock', não fiz parte desse inventário, apenas tive uma intervenção passiva. Acho que não fez as coisas como devia ser e foi a comissária que concluiu que faltavam armas", afirmou.
"Se saíram armas não foi na altura em que estive no armeiro, presumo que tenha sido nas minhas férias. Não tenho qualquer responsabilidade", acrescentou.
Outra das críticas do arguido prende-se com o facto de vários responsáveis da PSP não estarem no processo.
"Existindo outras pessoas com responsabilidade no armeiro, não compreendo porque não estão aqui", salientou.
Confrontado com o aparecimento de uma 'glock' da PSP numa rusga no Porto, Luís Gaiba não conseguiu explicar e disse que não deu por falta da mesma no armeiro.
O tribunal quis saber qual a relação entre o agente e António Laranginha, outro dos arguidos e também implicado no furto de armamento dos paióis de Tancos, e Gaiba disse que eram amigos e que foi ao batizado do filho dele, local onde conheceu o arguido João Paulino.
Sobre as expressões como "papéis", "fotocópias", "papelões", "carregadores Samsung", ou "guias de marcha" utilizadas nos contactos telefónicos, que o Ministério Público acredita serem cifradas, Gaiba negou e justificou com a organização da crisma da filha ou a inscrição de Laranginha num clube de tiro desportivo.
O seu advogado considerou a acusação parca, referindo que apontar o dedo ao armeiro a crimes desta responsabilidade é um mau trabalho.
"Acho a investigação um bocadinho parca, falta aqui qualquer coisa e foi fácil acusar uma pessoa. Eventualmente faltam armas porque o arguido já disse ao tribunal que não foi feito um inventário como deve ser e aquilo que considerou é que foi muito fácil dizer que foi o armeiro", afirmou Santos Oliveira.
O furto das armas do armeiro da Penha de França (Lisboa) terá ocorrido entre dezembro de 2015 e janeiro de 2017.
Para o Ministério Público (MP), o agente da PSP aproveitou o deficiente controlo do armeiro, do qual foi responsável desde novembro de 2015, para furtar as armas, avaliadas em cerca de 20.500 euros, que depois vendeu a outros arguidos, utilizando o lucro para, por exemplo, comprar um carro de sete mil euros e pagar em notas.
O arguido contesta a versão afirmando que o dinheiro gasto no carro eram poupanças suas e da sua mulher, também arguida, e algum de compra e venda de carros e que sempre teve o hábito de guardar notas "no guarda fatos e nos bolsos de casacos".
Luis Gaiba, a sua mulher, António Laranginha e João Paulino, todos arguidos formaram um grupo ao qual se juntaram Mário Cardoso, Armando Barros e Manuel Neves que venderam as armas a um conjunto de pessoas que estavam acusadas de tráfico de droga em Portugal, Espanha e Reino Unido, segundo o MP.
Vários anos passados, desconhece-se ainda o paradeiro de muitas das armas que desapareceram.
Luís Gaiba está acusado de associação criminosa, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e peculato.
O processo conta com 12 arguidos e em causa estão crimes de associação criminosa, peculato, recetação, tráfico e mediação de armas, branqueamento de capitais, detenção de arma proibida e tráfico de droga.
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