O juiz Ivo Rosa terá aceitado José Sócrates como assistente no processo EDP, avança o jornal
Observador. A decisão já terá sido comunicada aos arguidos do processo, nomeadamente, Manuel Pinho, António Mexia e João Manso Neto, e ainda Ricardo Salgado, por suspeitas de corrupção.
Segundo o jornal, Ivo Rosa considerou que "não havia o abuso de direito invocado pelo Ministério Público no despacho em que manifestou a sua oposição" ao pedido de Sócrates requerido a 15 de dezembro de 2020. Nesse sentido, o antigo primeiro-ministro passa a colaborar num cado em que o amigo Manuel Pinho, ex-ministro da Economia no seu primeiro governo, é o principal arguido.
Este novo estatuto contrasta com o de principal arguido e acusado no caso Operação Marquês em que lhe são imputados 31 crises, inclusive, o crime de corrupção passiva enquanto ex-primeiro-ministro.
Tal como o
CM noticiou na passada sexta-feira, o Ministério Público (MP)
já tinha admitido essa possibilidade. Se assim se confirmar, o antigo primeiro-ministro vai depor como testemunha no processo.
O Ministério Público é contra esta decisão por considerar Sócrates "interveniente em parte dos factos" do caso em que irá colaborar. Na origem deste caso estão 'luvas' de 4,7 milhões de euros que a construtora Odebrecht terá pago a vários intervenientes nma construção da barragem do Baixo Sabor.
O procurador Hugo Neto, titular do inquérito questionou: "De que modo o requerente colaborará com o MP na investigação a um seu amigo e ministro da Economia de um seu governo, sabendo-se que todo e qualquer indício adicional recolhido contra Manuel Pinho (e já são muitos) alterará a perceção pública do seu mandato como primeiro-ministro e a situação processual do seu amigo?"
Caso Sócrates avance para o processo como assistente, o MP defende que este seja assistente no que toca aos pagamentos suspeitos da Odebrecth, em 2015, que terão financiado a campanha de Passos Coelho.