Horácio Guerreiro, diretor do Departamento Médico do Hospital de Faro, enviou a Alfredo dos Santos, o demissionário diretor do Serviço de Medicina 3, uma carta a clarificar o que disse sobre a necessidade de acelerar as altas hospitalares. Isto depois de ser acusado de pedir o corte nos exames complementares de diagnóstico, em particular aos idosos, por Alfredo dos Santos, na carta de demissão.
"Desde que se conheceu a carta o ambiente está crispado", disse ao
CM um médico do hospital de Faro. "A demissão dos diretores dos Serviços de Medicina e os motivos criaram muita preocupação", acrescentou. A demissão dos três diretores dos Serviços de Medicina surgiu após uma reunião com a administração em que, segundo Alfredo dos Santos, o diretor do Departamento Médico culpou o "exagerado e não justificável pedido de exames complementares de diagnóstico a doentes, e em particular aos doentes com idades mais avançadas", pelos elevados tempos de internamento.
Na carta agora enviada ao médico demissionário, Horácio Guerreiro esclarece que o que defendeu foi a necessidade "de acelerar, tanto quanto possível, as altas, usando todos os instrumentos ao nosso alcance" e que "grande parte dos doentes do Serviço de Urgência são pessoas em fim de vida e que isso tem de ser considerado do ponto de vista clínico".
Administração nega pressões a médicos
Depois de se conhecer a demissão dos três diretores dos Serviços de Medicina do hospital de Faro, a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, liderada por Ana Paula Gonçalves, veio negar pressões aos demissionários para que as altas médicas fossem aceleradas.
"Foi única e exclusivamente solicitada a colaboração ativa e conjunta na procura de soluções. Ao
CM, sobre a carta de Alfredo dos Santos, disse que representa "única e exclusivamente a opinião e interpretação" do médico.