"Ouvi um estrondo, abri a porta e vi-a de costas, estendida no chão. Ainda se tentou levantar. Quando a tentámos virar, vimos o furo no peito e a poça de sangue. Depois deixou de se mexer."
Com a voz ainda a tremer, o vizinho da frente de Fátima Cristina Afonso relatou ao CM a cena macabra com que se deparou anteontem à noite, ao ver a cabeleireira de 28 anos, após ter sido baleada à queima-roupa pelo ex-companheiro, no hall de entrada de casa, na Quinta Nova, Charneca da Caparica, Almada. O homicida, Pedro Nocas, de 30 anos, pôs-se em fuga, mas foi apanhado horas depois na casa dos pais.
O crime ocorreu pelas 21h30, na casa onde a vítima vivia, na praceta Ferreira de Mira, duas ruas abaixo da residência dos pais. A família está em choque com a perda (caixa em cima).
Anteontem à noite, Fátima jantou em casa dos pais e dirigiu-se à sua residência. Foi no hall de entrada, ainda de kispo vestido, que Fátima terá sido surpreendida pelo ex-namorado.
Pedro Nocas disparou um único tiro. O projéctil saiu certeiro ao peito da cabeleireira, que morreu ainda no local. Pedro fugiu de seguida, num Ford Focus. A GNR foi chamada e o carro foi avistado pouco depois por uma patrulha e perseguido até uma zona de mato perto da Estrada do Botequim, Charneca da Caparica. Pedro abandonou o veículo e correu para a casa dos progenitores, onde se refugiou. O homicida, já com a GNR à porta, acabou por se entregar e foi detido. Ficou sob custódia da PJ e será hoje ouvido no Tribunal de Almada.
Fátima Cristina Afonso e Pedro Nocas "namoravam há mais de dez anos e viveram juntos até ao mês passado, quando se separaram" disse ao CM Raquel, uma amiga do casal.
"AGORA JÁ NADA FAZ SENTIDO NESTA VIDA"
"Saí de casa só para ver o que se passava e agora já nada faz sentido nesta vida." Foram as únicas palavras ditas ao CM pelo pai da vítima, Luís Afonso, comandante do Posto Fiscal da GNR da Banática, na Trafaria, em Almada. "Cruzei-me com o Luís ontem [anteontem] à noite quando um vizinho lhe ligou. Disseram-lhe que a filha tinha sido espancada pelo namorado e quando lá chegou estava morta", disse ao CM um amigo de Luís Afonso e morador da zona, que não se quis identificar. "Suspeita-se de que a arma que a matou tinha sido roubada ao pai, num assalto em casa há uns tempos", revelou ainda o morador. A mãe, Helena, o irmão da vítima, Bruno, e a família mais próxima passaram todo o dia de ontem em casa.
"CHOCOU-ME MUITO, ERA UM CASAL PACATO"
"Chocou-me muito porque era um casal pacato. Ainda me lembro do começo da relação, no tempo em que andávamos todos na escola secundária", disse ao CM Raquel, de 25 anos, que em tempos foi próxima de Fátima e Pedro. Transtornada com o "crime horrendo" ficou Maria Cristina, de 46 anos, funcionária da loja ao lado do cabeleireiro na Charneca da Caparica onde a vítima trabalhava. "Via-a sempre tão tristinha. Anteontem, queria-lhe ter dito para sorrir, mas pensei, fica para amanhã. Agora já é tarde", desabafou CM Maria Cristina.
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