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Atinge ex-funcionária a tiro ao recusar sexo em Pombal

‘Zé Estofador’ julgado por homicídio tentado com um disparo de caçadeira sobre jovem de 20 anos.

16 de janeiro de 2019 às 09:37

Não queria que ele magoasse a minha mãe, foi por isso que voltei à oficina". Foi assim que Mónica Raimundo justificou esta terça-feira, no início do julgamento, ter voltado à oficina em Tinto, Pombal, de José Nunes, conhecido por ‘Zé Estofador’, acusado de ter baleado a jovem - na altura com 20 anos - por a vítima ter recusado os seus avanços sexuais.

Os factos remontam a setembro de 2016. A mãe da vítima, chamada ao banco das testemunhas, contou que, antes do dia fatídico, já depois de a jovem ter abandonado o emprego na oficina devido às sucessivas tentativas de José Nunes em encetar uma relação amorosa, o arguido lhe tinha dito que, caso a jovem se recusasse a voltar ao trabalho, as matava às duas.

No dia seguinte, temendo pela segurança da mãe, a jovem voltou à oficina. Os dois discutiram e José Nunes obrigou-a a sentar-se numa cadeira, coagindo-a com uma caçadeira. A quatro passos da jovem, premiu o gatilho e atingiu-a numa perna.

Ao ver o ferimento, o homem descontrolou-se e a jovem apenas conseguiu que lhe pedisse socorro depois de lhe dizer que "gostava muito dele" e prometer que iria mentir à polícia. Seria no hospital, já em segurança, que contaria a nova versão aos inspetores da Polícia Judiciária de Leiria.

O homem, acusado de crimes de tentativa de homicídio qualificado agravada, coação agravada, ameaça agravada, dano, simulação de crime e detenção de arma proibida, voltou a alegar que o tiro tinha sido acidental, uma tese que tanto a Polícia Judiciária como o juiz consideram ser pouco credível.

PORMENORES

Arma ilegal

A caçadeira utilizada no crime, uma espingarda Saint-Etiénne, foi adquirida por José Nunes de forma ilegal, a troco de 500 euros, um ano antes de terem ocorrido os factos em julgamento.

Liberdade

José Nunes está em liberdade. Três meses foi o período que Mónica trabalhou na oficina do agressor. A jovem abandonou um trabalho num café após o arguido lhe ter oferecido emprego.

Recuperação

O disparo deixou mazelas permanentes na jovem, que usa agora muleta e já foi alvo de cirurgias em diversas ocasiões. A última estava agendada para dezembro, mas acabou por ser adiada.

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