Nuno Filipe Nunes, de 38 anos, era camionista de transportes internacionais e nos tempos livres explorava doze colmeias. No domingo foi atacado pelos insetos e acabou por morrer, picado, quando fazia a manutenção dos enxames de abelhas na propriedade agrícola em Ariz, no concelho de Moimenta da Beira.
A tragédia deixou em choque não só a família da vítima mas toda a população local. Segundo contou ontem Liliana Cardoso, a mulher, Nuno Filipe decidiu ir fazer a manutenção das colmeias antes de almoço. "Eu disse-lhe para deixar para outro dia mas ele insistiu. Parecia que estava a adivinhar", lamenta-se Liliana. O tempo foi passando e Nuno não apareceu para o almoço, até que, às 14h00, o pai dele foi ver o que se passava.
Encontrou-o perto das colmeias, prostrado no chão e com o fato de apicultor aberto. "Eu ainda o abanei mas não teve qualquer reação", descreveu José Nunes, de 65 anos, salientando que o filho estava muito picado.
"Foi atacado por muitas abelhas. Só falta perceber é o motivo", adianta o agricultor, também ele habituado a tratar de colmeias. A vítima terá entrado em paragem cardiorrespiratória e terá morrido por asfixia após ter sido picado na zona da garganta. O pai pediu socorro e alertou as autoridades. Ao local ainda se deslocou uma equipa médica do INEM que procedeu a manobras de reanimação, trabalhos que se revelaram infrutíferos. Os médicos acabaram por atestar o óbito no local.
O corpo do homem foi transportado para o gabinete do Instituto de Medicina Legal do hospital de Viseu, onde ontem foi autopsiado. A GNR foi chamada ao local e investiga o que esteve na origem do ataque dos insetos. Um enigma também para a família. "Ele tinha as colmeias há 4 anos, por isso já contava com alguma experiência. É uma tragédia sem explicação", adiantou José Nunes, que nada pôde fazer para salvar o filho.