O Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, considerou na segunda-feira que a atribuição do Prémio Camões ao escritor moçambicano Mia Couto foi uma decisão "justa e clarividente" e elogiou a "imensa originalidade" do seu universo ficcional.
Na cerimónia de entrega do Prémio Camões a Mia Couto, no Palácio de Queluz, o chefe de Estado português agradeceu a presença da Presidente da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff, e assinalou o facto de esta ocorrer no dia 10 de junho.
Com Dilma Rousseff ao seu lado, Cavaco Silva afirmou: "O seu gesto, senhora Presidente, tem um significado muito especial, que quero sublinhar, porque ocorre no Dia de Portugal, que é também o Dia de Camões, a data em que celebramos o universalismo da Língua Portuguesa. Na verdade, é um traço de união que celebramos neste Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas".
"Felicito, com afetuosa admiração, o escritor Mia Couto, bem como o júri que decidiu atribuir-lhe este galardão. Foi uma decisão justa e clarividente", acrescentou.
Cavaco Silva referiu-se a Mia Couto como "um dos mais reconhecidos e versáteis autores da lusofonia contemporânea", que "construiu, ao longo de uma sólida carreira, um universo ficcional próprio, de imensa originalidade, que se singulariza por confrontar as suas personagens - e também os seus leitores - com as grandes interrogações e os grandes dilemas da existência humana".
Antes, o chefe de Estado português recordou que o Prémio Camões fora criado em 1988 pelos governos de Portugal e do Brasil e tem distinguido autores de língua portuguesa de "praticamente todo o universo lusófono", tendo o primeiro galardoado sido o português Miguel Torga.
O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, o antigo Presidente da República de Portugal Jorge Sampaio e os ministros portugueses dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, da Economia, Álvaro Santos Pereira, da Saúde, Paulo Macedo, e da Educação, Nuno Crato, foram alguns dos convidados que assistiram a esta cerimónia.
Em representação do governo brasileiro, estiveram presentes, entre outros, os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Cultura, Marta Suplicy, da Educação, Aloísio Mercadante.