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Clóvis Abreu escreve carta aos pais de Fábio Guerra e tenta justificar declaração polémica

Poucos minutos antes de se entregar ao MP, desprezou os familiares da vítima. "Eles que não me chateiem", disse em exclusivo ao CM.
Débora Carvalho e Sara Reis Teixeira 24 de Setembro de 2023 às 09:58
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Clóvis Abreu escreve carta aos pais de Fábio Guerra e tenta justificar declaração polémica
Clóvis Abreu, detido no âmbito do processo da morte de Fábio guerra, escreveu uma carta aos pais do agente da PSP para apresentar as suas condolências e justificar a polémica declaração que fez aos jornalistas na passada semana. O agora detido garante que não se dirigia aos familiares da vítima quando disse: "Eles que não me chateiem".

"Sr. Carlos e Sra. Elsa, venho por este meio apresentar os meus sentimentos e lamentar a vossa perda pela tragédia da morte do vosso filho Fábio Guerra. Mas queria que soubessem que eu nunca agredi ou contribui para alguma agressão ao vosso filho", começa por dizer. 

Recorde-se que Clóvis, que esteve fugido à justiça durante mais de um ano, desprezou os pais da vítima minutos antes de se entregar ao Ministério Público. "Eles que não me chateiem", afirmou em exclusivo ao CM. O momento foi gravado.

Na carta que agora escreve, explica que esta declaração não era dirigida aos familiares de Fábio Guerra, mas sim aos jornalistas. 

"Tenho família e sentimentos e lamento num dia em que sabia que ia ficar preso e estava muito nervoso queiram deturpar o que quis dizer", justifica. 

Clóvis Abreu está em prisão preventiva no âmbito do processo do homicídio de Fábio Guerra e das agressões a outros agentes da PSP.

Fábio Guerra tinha 26 anos quando morreu na sequência de agressões à porta de um estabelecimento de diversão noturna em Lisboa.


Leia a carta na íntegra


Sr. Carlos e Sra. Elsa, venho por este meio apresentar os meus sentimentos e lamentar a vossa perda pela tragédia da morte do vosso filho Fábio Guerra. Mas queria que soubessem que nunca agredi nem contribui para qualquer agressão ao vosso filho. Queria também dizer que quando respondi à jornalista e lhe disse "Não me chateiem", estava a referir-me aos jornalistas e não aos senhores. 

Eu tenho família e sentimentos e lamento que num dia em que sabia que ia ficar preso e estava muito nervoso tenham tentado deturpar aquilo que eu quis dizer. Tenho muito respeito pelas pessoas e pela vida delas. 

Mais uma vez, lamento a vossa perda, mas não tive qualquer culpa na morte do vosso filho. Pelos meus erros tenho de responder, mas não pelo que não fiz e nunca vos quis ofender e muito menos à memória do vosso filho. 

Apresento os meus respeitosos cumprimentos e sentimentos

23/9/23
Clóvis Abreu Fábio Guerra questões sociais morte
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