O Sindicato Nacional de Bombeiros Sapadores (SNBS) emitiu um comunicado a acusar o comandante da Companhia de Sapadores Bombeiros (CSB) de Setúbal de ter recusado mobilizar meios para uma ocorrência grave envolvendo matérias perigosas, que pelas 15h30 desta quinta-feira ainda permanecia por resolver.
De acordo com o SNBS, "a CSB foi mobilizada para um acidente com matérias perigosas em Águas de Moura, a cerca de 20 kms do quartel sede da Companhia". O Sindicato refere-se ao despiste de um camião que transportava quatro tipos de matérias perigosas na galera, uma delas bastante inflamável, ocorrido pelas 06h25 no IC1, na zona da Marateca.
"De imediato, e com os bombeiros prontos a sair, houve por parte do Comandante, Paulo Lamego, ordem para os mesmos não saírem para o local", explica o SNBS.
Cláudio Almeida, dirigente desta estrutura, acrescentou ao CM que "apesar de o acidente ser fora da área de ação dos Sapadores de Setúbal, estes têm competências de atuação na zona Sul do país, nomeadamente com a viatura de controlo ambiental". "E foi esta viatura que não saiu, por ordem do comandante Paulo Lamego", acrescentou o responsável.
O CM contactou a câmara de Setúbal, para se pronunciar sobre esta acusação. Fonte oficial desta autarquia remeteu explicações para o Comando Sub-Regional de Setúbal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil. Esta entidade adiantou que "por a viatura de controlo ambiental dos Sapadores de Setúbal não estar disponível, teve de ser chamada o meio equivalente do Regimento de Sapadores de Lisboa".
Recorde-se que por causa deste despiste, o trânsito mantém-se cortado no IC1 no local do sinistro desde as 06h25. A matéria perigosa contida na galera do camião não verteu para a faixa de rodagem, mas por se tratar de substâncias perigosas estão mobilizados 29 operacionais e 10 viaturas no local.