Francisco Barbosa tinha 23 anos e divertia-se com a namorada na discoteca Pópulum, em Braga, em julho de 2009. José Mota insultou a rapariga e quando Francisco interveio foi assassinado com duas facadas - no coração e pelas costas.
O homicida foi condenado, um ano depois, a 17 anos de cadeia. A filha da vítima, na altura com menos de dois anos, viu agora o Supremo Tribunal de Justiça confirmar a decisão da Relação de Guimarães de atribuir-lhe uma indemnização de 165 mil euros por, devido a falhas na segurança, ter sido permitido a entrada do homicida com a navalha.
A indemnização terá de ser paga, em partes iguais, pelo homicida, sociedade da discoteca, gerente desta, empresa de segurança e seguradora. "À data da morte [...] a ré não tinha instalado pórtico de deteção de metais à porta da discoteca e apenas utilizava intermitentemente um sistema/equipamento de deteção de metais (raquete)", refere o Supremo.
Equipamento que "se devidamente homologado e utilizado conforme especificações do fabricante e relativamente a todos os clientes, teria detetado a navalha utilizada" e Francisco "estaria vivo". Entre danos patrimoniais e não patrimoniais, o tribunal refere, por exemplo, que a menor, agora com 11 anos, "fica desgostosa e sofre sempre que se celebra o dia do pai na escola e não tem a quem entregar uma prenda ou um postal".
PORMENORES
Revista
A navalha tinha 7,5 cm de comprimento. A raquete era "dispensada quando estavam em causa clientes do sexo feminino"
Insultos
O homicida chamou "porcas" e "p****" à namorada e amiga de Francisco. Disse: "Vocês até são boas de corpo mas de cara são feias."
Dois golpes
Seguiu-se a troca de murros e depois José deu duas navalhadas em Francisco (uma delas trespassou o coração), que morreu no hospital.