Os números dão conta de uma realidade preocupante. E Maria do Céu Machado, presidente da CSCA, não tem dúvidas que a tendência é para o crescimento. “Embora não existam dados mais recentes, a informação de que dispomos dá conta de uma tendência para aumentarem ainda mais”, refere ao CM.
O número de pedidos de avaliação solicitados pelos profissionais de saúde foi, de acordo com o relatório, “muito variável”. O Hospital de D. Estefânia, em Lisboa, encabeçou a lista, com 1584 pedidos, logo seguido do Hospital de Amadora-Sintra (404). O Hospital de Évora dava conta de 390 casos, 58 em Vila Real e 31 em Leiria o que, segundo o levantamento, “poderá estar de acordo com a situação socio-económica destes distritos”.
Apesar de não ser possível fazer um retrato das regiões mais problemáticas, uma vez que nem todas as unidades responderam às questões da comissão, Maria do Céu Machado acredita que os casos mais graves estão localizados nas zonas suburbanas, sobretudo de Lisboa e Porto. E aproveita para salientar a maior atenção dada pelos profissionais de saúde. “O número de casos absolutos aumentou, assim como as participações, o que resulta da maior visibilidade destas questões.”
BLOCO DE NOTAS
MAUS TRATOS
Porque não existe uma definição oficial para maus tratos, os casos de crianças maltratadas referidos no relatório variam entre 4 e 53 por cento – 53% em Vila Real, 30% em Leiria, 20% na Amadora e 17% em Évora.
DIMINUIÇÃO
A Maternidade Alfredo da Costa foi a única em que houve uma diminuição das participações. Mas, diz o relatório, na maioria dos casos quando a criança nasce já a família foi referenciada nas consultas de alto risco.
LISTA NEGRA
De acordo com a UNICEF, morrem todos os anos 3500 crianças nos países ricos. Portugal encabeça uma lista negra, com uma média de quatro mortes por violência física e negligência em cada cem mil crianças.
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