Segundo Luís Neves organizações utilizam embarcações aparentemente legítimas, apoiadas em alto mar por lanchas de grande velocidade.
O diretor nacional da PJ mostrou-se esta quinta-feira preocupado com o aumento da violência dos traficantes de droga contra as autoridades, notando que as redes de tráfico por via marítima já usam armas de calibre de guerra.
"As organizações criminosas estão cada vez mais sofisticadas e, não raras vezes, reativas à violência, à atuação das autoridades. A Guarda Nacional Republicana, nos últimos dois meses, foi confrontada com a utilização de armas de calibre de guerra, com AK 47", sublinhou Luís Neves.
Aquele responsável, que falava na abertura da conferência "Tráfico de Estupefacientes por Via Marítima -- As Narcolanchas", aproveitou a ocasião para homenagear o militar da GNR morto no final de outubro em serviço no Algarve, não por arma de fogo, mas após uma colisão com uma lancha rápida no Rio Guadiana.
De acordo com o diretor nacional da PJ, durante muitos anos, os elementos destas redes só utilizavam armas de fogo contra os grupos rivais "que conseguiam ficar na posse da droga uns dos outros", mas, atualmente, "perdeu-se o respeito pela autoridade" e os próprios agentes de segurança são também vítimas.
Segundo Luís Neves, do ponto de vista operacional, estas organizações utilizam embarcações aparentemente legítimas - e também submergíveis e semi-submergíveis -, apoiadas em alto mar por lanchas de grande velocidade que fazem depois o desembarque no continente.
"Há muito pouco tempo, com o apoio da Marinha e com o apoio da Força Aérea, a quase 300 a 400 milhas, conseguimos localizar uma destas embarcações e apreender quase duas toneladas de cocaína, sendo certo que nas suas redondezas já existiam várias lanchas rápidas", exemplificou.
De acordo com o responsável, o cenário agora é diferente de há uns anos e as lanchas já não constituem um meio de transporte do norte de África para a Europa: "Já vão a centenas de milhas com combustível, com jerricãs, levam para lá combustível e trazem, para o território europeu, droga", indicou.
Luís Neves referiu, ainda, que atualmente existe uma "macro máfia" no centro e norte da Europa e organizações sediadas sobretudo na Suécia que "aportam elevados níveis de crime", na sua maioria, de criminalidade violenta.
"[...] Falamos de homicídios, de raptos, de utilização de armas de calibre de guerra. Nos últimos anos temos vários homicídios consumados e tentados em Portugal, cometidos por sicários vindos do norte da Europa para aqui fazerem ajustes de contas porque a droga não foi entregue ao seu proprietário".
Relativamente a apreensões de droga, Luís Neves indicou que no ano passado foram apreendidas 23 toneladas de cocaína e sete toneladas de haxixe, para além de centenas de milhares de peças de 'ectasy'.
"Até ao momento, foram apreendidas, este ano, 14 toneladas de cocaína e centenas de indivíduos presos com património e vantagens de lucro apreendidas, através do Gabinete de Recuperação de Ativos", referiu, acrescentando que em 2024 foram apreendidos mais de sete milhões e meio de euros destes valores.
A conferência que esta quinta-feira decorre na Diretoria do Sul da PJ, em Faro, conta com a participação de diversas entidades nacionais e internacionais, tendo como objetivo a definição de estratégias para uma atuação mais eficaz das autoridades na prevenção e repressão do fenómeno.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.