Os dois agentes da PSP de Lisboa que, pelas 10h58 de terça-feira, se depararam com o afegão Abdul Bashir ainda armado com a faca usada para matar Farana Sadrudin, de 48 anos, e Mariana Jadaugy, 24, e ferir um professor de Português, decidiram o que fazer numa fração de segundo. O
CM sabe que os polícias aplicaram os conhecimentos recém-adquiridos na Escola Prática da PSP (EPP), em Torres Novas, e efetuaram quatro disparos. Algumas munições atingiram o afegão, de 28 anos, na anca, impedindo-o de andar.
Os primeiros alertas para ataque no Centro Ismaili de Lisboa, feitos via 112, permitiram fazer uma descrição do aspeto físico e da indumentária de Abdul Bashir. Tal informação já estava na posse dos dois polícias, ambos com cerca de 25 anos. Colocados nas esquadras de Telheiras e Alta de Lisboa, os dois agentes, que têm seis meses de serviço policial, anularam a ameaça do afegão recorrendo aos ensinamentos da EPP sobre como agir em incidentes tático-policiais.
No entanto, mesmo sem andar, Abdul Bashir manteve a faca na mão. Só agentes de uma Equipa de Intervenção Rápida da Divisão de Benfica da PSP conseguiram, com descargas de arma elétrica (taser) e com o recurso a escudos, manietar o suspeito. A faca foi rapidamente apreendida pela PSP. Está neste momento na posse dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ), que, através da secção de homicídios da Diretoria de Lisboa e da Unidade Nacional de Contraterrorismo, tem competência, delegada pelo Ministério Público, para investigar os crimes de Abdul Bashir. É considerada prova essencial no inquérito.
O afegão mantinha-se esta quinta-feira internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Depois de operado no Hospital de São José aos ferimentos que lhe foram infligidos pela PSP, o imigrante foi transferido e está agora num quarto, sozinho, sob vigilância da PSP e da PJ. Será presente a tribunal mal tenha alta médica.
PORMENORESAcionou o Corpo de intervençãoO Corpo de Intervenção é uma unidade de reserva do diretor nacional da PSP. Por isso, sabe o
CM, foi Magina da Silva a ordenar que operacionais desta subunidade da Unidade Especial da PSP avançassem rapidamente para o Centro Ismaili de Lisboa, na manhã de terça-feira.
Professor já teve alta O professor de Português esfaqueado no pescoço por Abdul Bashir ainda na sala de aulas teve alta do Hospital de Santa Maria no próprio dia do crime.
Centro Ismaili e em Belas Farana Sadrudin, de 48 anos, é sepultada esta sexta-feira. O funeral acontece pelas 14h00, no Centro Ismaili, em Lisboa. Mariana Jadaugy, de 24, vai a enterrar 24 horas depois, no cemitério de Belas, Sintra.