Mariana e Farana, de 24 e 49 anos, respetivamente, foram mortas à facada na manhã desta terça-feira, no Centro Ismaelita, na Avenida Lusíada, em Lisboa. Um professor do Centro foi esfaqueado no pescoço e dirigiu-se ao Hospital de Santa Maria pelos próprios meios.
Segundo relatos de testemunhas à PSP, o agressor terá recebido uma chamada telefónica antes de esfaquear o professor. Depois dirigiu-se a outras salas, onde matou as duas mulheres.
Fonte da PSP disse ao CM que o agressor foi atingido a tiro nas pernas, por disparos feitos por agentes da Equipa de Intervenção Rápida da 3.ª Divisão da PSP de Lisboa. O agressor, de nacionalidade afegã, já tinha feito ameaças às pessoas do Centro, inclusive às vítimas mortais.
O líder da comunidade ismaelita Narzim Ahmad confirmou, em declarações à SIC, que as vítimas mortais são duas mulheres portuguesas.
Segundo comunicado da PSP os polícias encontraram o atacante com uma faca "de grandes dimensões". Após ordem para cessar o ataque, o homem avançou na direção dos agentes, com a faca na mão. Perante a ameaça, "os polícias efetuaram recurso efetivo a arma de fogo", para neutralizar o agressor.
A PSP avança que o homem está agora detido e sob custódia policial.
O agressor foi posteriormente encaminhado para o Hospital de São José e estará estabilizado. O homem vive no sétimo andar de um prédio em Odivelas com os três filhos menores, de 4, 7 e 9 anos, e tinha aulas de português no Centro Ismaelita. O vizinho de baixo diz ter acordado de madrugada com o barulho que vinha da casa, mas não viu Abdul bashir durante a manhã. Por volta do meio dia, a Polícia Judiciária esteve no prédio, a tentar recolher informações do homicida.
A situação não terá derivado de desentendimentos, ou de um assalto, mas a Polícia Judiciária deverá ser chamada a investigar a natureza da situação.
Sistema de Segurança Interna e Governo analisam se ataque com duas mortes no Centro Ismaelita é ataque terrorista
Esta ação levou já o Sistema de Segurança Interna, em articulação com o Ministério da Administração Interna e da Justiça a avaliar, neste momento, se se pode classificar o ataque como terrorista. Em análise estarão as motivações do atacante e não está descartada a hipótese de se tratar de alguém com problemas mentais.
Centro apresenta condolências às vítimas em comunicado
Em comunicado, o Centro Ismaelita refere que o ataque se deu por volta das 11h30 quando um homem armado "com objeto cortante" entrou nas instalações do Centro Ismaili de Lisboa "onde decorriam aulas e outras atividades".
"A comunidade muçulmana ismaili está já a prestar todo o apoio aos familiares das vítimas, a quem apresenta as mais profundas condolências", pode ainda ler-se.