A mãe dos três menores retirados à família, em Setúbal, explica ao
Correio da Manhã que os filhos não sofriam de maus tratos e que a casa onde estavam a morar se tratava de uma habitação temporária, até conseguirem um sítio melhor.
"E
les jantavam, almoçavam, tomavam o pequeno-almoço, o lanche. Dá para ver como eles estão: gordinhos, bonitos", assegurou.
A descoberta das condições a que as crianças estavam submetidas foi feita na última quarta-feira devido a uma multa. A polícia deslocou-se à habitação para deter o pai dos menores e foi confrontada com a situação. A casa não tinha portas e janelas e a família dormia toda num único colchão.
De imediato foi dada ordem para as crianças serem retiradas da guarda dos pais depois de serem assistidas no hospital.
Questionada sobre a insalubridade das condições da habitação, a mulher garante que "a casa tinha água e luz". "Tanto que eu tinha máquina de lavar, arca, frigoríficos", referiu.
A mulher esclarece ainda que pediu ajuda à segurança social e à Câmara, mas que não obteve apoios.
Sobre o facto de um dos menores apresentar hematomas, a progenitora explica que a menina
caiu e que ficou com uma nódoa negra na cara.
Os três menores não frequentam a escola, apesar de um deles já ter seis anos.
Ao ser confrontada com as declarações do vizinho,
que disse que os menores "tinham pulgas e carraças", a mulher foi perentória: "Que mentira".
De acordo com o vizinho, os progenitores, de 23 e 25 anos, não tinham profissão, "andavam só no ferro velho". Os filhos ajudavam os pais na sucata. O homem foi libertado depois do pagamento da multa e o casal identificado pelos crimes de exposição ao perigo e abandono.