Preso há oito anos por crimes de burla, Paulo, de 41 anos, nem precisou de sair da cadeia para enganar a médica Maria de Fátima, de 48, com quem trocava cartas de amor. "Ela queria casar-se comigo. Eu nunca lhe pedi nada, foi ela que insistiu", afirmou o arguido. No centro do esquema está um advogado inventado, usado para dar credibilidade à burla. O estratagema envolveu uma outra mulher, Sofia Raquel, de 32 anos, residente em Águeda, e nomes como o do bastonário da Ordem do Advogados. Era Sofia que recebia os cheques e os depositava numa conta pessoal.
"Enviei vários cheques para o escritório do doutor Marinho Pinto, que depois foram depositados na conta da Sofia Raquel", afirmou ao tribunal Maria de Fátima.
Ao CM, Marinho Pinto confirma a recepção dos cheques que, segundo ele, tinham como destino outra pessoa. "Fui advogado do senhor Paulo Martins e recebi cheques para serem entregues a outra pessoa, e assim o fiz", explicou. O procurador pede pena de cadeia para o arguido.