Recebia da Segurança Social, entre 2020 e 2023, quando se dedicou a importar produto estupefaciente. Foi baleado duas vezes.
Estado apoia em 5600 euros líder de rede de tráfico de droga
Pelo menos entre 2020 e 2023, o líder de uma rede internacional de tráfico de droga recebeu mais de 5600 euros, referentes a uma pensão paga pela Segurança Social. Mas, paralelamente a este apoio do Estado, Carlos 'Nini', 51 anos, lucrava a importar avultadas quantidades de cocaína, heroína e canábis. Envolveu-se em esquemas de tal forma obscuros que chegou a ser baleado duas vezes - em 2022 e em 2024. Foi agora acusado pelo Ministério Público (MP) de tráfico de droga, ameaça agravada, detenção de arma proibida e branqueamento. Está preso.
Apesar da sofisticação do esquema, que contava com a participação de outros cúmplices, entre os quais a sua ex-mulher, alguns dos 'negócios' correram-lhe mal. Em 2022, por exemplo, mais de 20 kg de cocaína foram-lhe roubados - o que gerou uma onda de ameaças e confrontos que culminaram com um tiroteio em que foi atingido a tiro numa perna, indica o 'JN'. Num outro caso, já em 2024, importou 90 kg de cocaína, escondidos no fundo de caixas com bananas, mas os frutos apodreceram e comprometeram a droga - que veio do Equador por via marítima e chegou ao porto de Leixões, em Matosinhos. Nesta altura, a Polícia Judiciária já seguia de perto todos os passos desta rede - e os mesmos acabaram detidos quando tentavam desalfandegar o contentor.
Carlos 'Nini' pensava em tudo ao pormenor e até colocava rastreadores (AirTags) nos pacotes para, assim, os poder seguir desde o ponto de partida e até ao destino final. Por norma, a droga era importada sempre com mercadoria legítima, através de contentores marítimos. Sempre que fazia algum género de comunicação tinha sempre muito cuidado nas palavras utilizadas. A droga, por exemplo, era chamada de 'peça'; o dinheiro 'bagulho' ou 'dimdim'; os contentores eram 'lata'; os navios 'uber' e os aviões eram apelidados de 'balão'. A rede de 'Nini' tinha ligações ao Brasil e a Espanha.
A acusação indica que 'Nini' contava com o apoio de, pelo menos, três reclusos que, mesmo estando presos na cadeia de Paços de Ferreira, o ajudavam através de telemóveis que tinham em meio prisional. As operações para trazer a droga para Portugal - com o objetivo de depois ser distribuída e vendida por todo o país -, eram sempre muito ambiciosas. Em 2023, importou 40 quilos de cocaína do Brasil, avaliados em mais de 800 mil euros, mas todo esse plano acabou por falhar. 'Nini' esperava lucrar cerca de 120 mil euros, mas não conseguiu recuperar o carregamento e não embolsou nada.
O MP indica que atuou entre fevereiro de 2022 e até 2024, altura em que foi capturado e ficou em prisão preventiva. A acusação indica ainda que no período em que recebeu os mais de 5 mil euros da Segurança Social, apresentava um património incongruente de 250 mil euros e que, o divórcio com a ex-mulher, foi apenas uma fachada, uma vez que continuaram a partilhar o património e até eram cúmplices no crime.
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