Em tribunal, jovem, de 22 anos, disse ter participado no esquema porque tinha dívida de cerca de 7 mil euros.
"Nunca mais fui o mesmo. Estou muito arrependido do que fiz". Mário David chorou, esta segunda-feira, no Tribunal de Guimarães, ao confessar ao coletivo de juízes ter participado no esquema criminoso. O jovem, de 22 anos, é um dos seis arguidos acusados de terem fingido ser inspetores da PJ para conseguirem mais de 430 mil euros de empresários no Norte do País.
Na sala de audiência, Mário explicou que, à data dos factos, era organizador de eventos e tinha uma dívida de cerca de 7 mil euros. Tinha medo de pedir ajuda aos pais e, por isso, falou com duas amigas, filhas do arguido Nuno Nunes. "Disseram para falar com o pai (...) Ele disse para naquele dia às 6h30 ir ter à garagem dele", referiu. Durante o depoimento, o jovem alegou que percebeu que tinha de fazer algum favor para ter o dinheiro e que só soube do esquema quando chegaram à casa das vítimas, em Lordelo, Paredes. "Ele abriu a mala do carro e mostrou os coletes e um saco cinzento. Disse que íamos entrar numa casa e que não tinha de falar nada e só fazer o que ele dissesse", afirmou Mário. O arguido disse ainda que foi já na habitação que Nuno os identificou como inspetores da PJ.
Fui eu que contei o dinheiro. Estava muito nervoso.
Arguido no processo
Utilizaram o crime de fraude fiscal como pretexto para fazerem com que uma das vítimas fosse ao armário da cozinha buscar dinheiro. "Fui eu que contei o dinheiro. Estava muito nervoso", garantiu. A dupla saiu da casa com cerca de 4900 euros.
Mário David confessou ainda ter atirado os telemóveis das vítimas ao rio, em Vila Cova, a mando de Nuno. Pelo serviço, recebeu 1250 euros.
O testemunho do jovem ficou marcado pelo facto de terem existido algumas contradições relativamente ao que tinha referido no primeiro interrogatório judicial, em outubro do ano passado. Nessa altura tinha dito que António Abel, outro arguido, também foi com aqueles até à casa. Mas, em tribunal, Mário disse ter mentido por conselho da anterior advogada.
O jovem foi ainda confrontado com mensagens em que terá concordado em participar num outro serviço, mas, ao coletivo de juízes, garantiu que isso acabou por não acontecer. "Tenho medo de tudo", desabafou. Durante a sessão, foi ainda alertado pela juíza-presidente para o facto de existirem conversas comprometedoras sobre produtos estupefacientes. "O tráfico de droga é um crime punível com pena de 4 a 12 anos de prisão", disse a magistrada.
O julgamento retoma a 6 de outubro.
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