Sílvio Garrido foi vítima de emboscada quando saía de casa. Homicida suicidou-se.
Sílvio Garrido e Américo Pires Afonso conheceram-se nos anos 70. Eram paraquedistas e combateram juntos no Ultramar. Nunca mais se afastaram um do outro. Nem na morte. Por causa de dívidas, Pires Afonso, de 69 anos, esperou que o amigo saísse para o seu passeio matinal. Às 07h05, Sílvio Garrido, 67 anos, saiu do prédio onde vivia, em Algés, Oeiras, mas não andou sequer dez metros. Foi logo atingido com quatro tiros pelas costas, disparados à queima- -roupa. A seguir, o homicida apontou a arma ao seu próprio peito e premiu o gatilho. Ainda vivo, voltou a disparar contra a cabeça. Os dois caíram mortos a poucos metros um do outro.
Vizinhos e amigos da vítima não conseguem compreender as motivações do crime. "Ainda há dois dias estiveram a almoçar juntos e nada fazia prever a tragédia", diz o comandante dos Bombeiros do Dafundo, de que Sílvio Garrido era membro do quadro de honra.
Segundo o CM apurou junto de fontes policiais, Pires Afonso usou uma pistola de calibre de guerra – uma Walther 7,65 – e tinha perto de 70 munições nos bolsos. Quando regressou a Portugal, em 1977, após estar preso em Angola, ingressou na Guarda Prisional. Trabalhava agora como taxista. Ninguém lhe conhecia problemas psicológicos.
De acordo com os relatos de moradores da rua Luís de Camões, depois de matar o amigo, o homicida "ainda caminhou meia dúzia de metros e apontou a arma a quem veio às janelas". Acabou por se suicidar com a mesma pistola. Sílvio Garrido será sepultado no talhão dos Bombeiros, no cemitério de Carnaxide.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.