Ainda não há explicações para o que possa ter acontecido. Pedro tinha entrado ontem de manhã ao trabalho, como habitualmente fazia desde Janeiro. Numa operação de rotina que tinha começado anteontem, o trabalhador estava com a função de selar as bombetas – também conhecidas por ‘tiros’ – que depois seriam levadas para espectáculos, onde são usadas para criar efeitos sonoros de explosões. "Estava a tapar os chamados tiros, que levam um produto que explode", explicou o inspector do trabalho António Neves Ferreira, que esteve ontem na fábrica.
Eram 11h20 quando, por motivos desconhecidos, houve uma explosão. O impacto cingiu-se ao local onde Pedro estava. As restantes oficinas, usadas também por apenas um funcionário de cada vez, estão separadas por uma distância de segurança. Ninguém viu o acidente. "Pode ter acontecido muita coisa. Por exemplo, uma fricção de uma areia enquanto colocava a tampa", disse o inspector.
O representante da Autoridade para as Condições do Trabalho e o Comandante dos Bombeiros de Vila Meã garantem que a Douro Pirotecnia cumpre todos os requisitos legais.
A família de Pedro também concorda. "Aquilo tem boas condições. Não foi por acaso que ele deixou o trabalho que tinha na roupa [têxteis] para ir para lá", disse ao CM um tio da vítima. "Ele gostava muito de lançar foguetes", lembrou. O corpo de Pedro Silva, que era solteiro, foi levado para o IML de Penafiel. A Polícia Judiciária investiga o acidente.