A família da jovem de 17 anos que morreu, ontem, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde foi internada com sarampo, nega ter sido negligente e garante que a adolescente só não foi vacinada contra o vírus devido a problemas de saúde.
Ao que o
CM apurou, Inês Sampaio terá sofrido um choque anafilático com outra vacina, ainda bebé, e, por isso, a família garante que foi aconselhada por uma médica a não vacinar a jovem contra o vírus do sarampo.
Carlos Faria, um familiar de Inês, explicou ao
CM que a adolescente sofria de psoríase - doença da pele que causa vermelhidão e irritação - e que, face às reações alérgicas, não terá cumprido o Programa Nacional de Vacinação, mas por conselho médico.
Carlos Faria sublinhou que "a mãe está a ser injustamente acusada de ser antivacinas". "É mentira!", acrescentou, lançando a pergunta: "Qual é a mãe que tem três filhas, vacina a mais velha e a mais nova e a do meio não? Isso tem alguma lógica?".
A 27 de março, a jovem foi infetada com sarampo, no Hospital de Cascais, por um bebé de 13 meses, residente no Cacém, depois de ter recorrido às Urgências com mononucleose (doença do beijo).
Inês estava, por isso, com o sistema imunitário enfraquecido. Acabou por morrer, na madrugada de ontem, com uma pneumonia bilateral, complicação resultante da infeção provocada pelo sarampo.
Colegas cumprem hoje um minuto de silêncio na escola
Um minuto de silêncio. Esta foi a forma encontrada pelos colegas para homenagearem Inês Sampaio, aluna do 12º ano de 17 anos que morreu ontem com sarampo. A intenção foi manifestada por Mamadi Samati, de 18 anos, presidente da associação de estudantes da Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, onde Inês estudava.
"Todos os alunos da escola vão ser chamados e a nossa melhor homenagem é fazermos um minuto de silêncio após as primeiras aulas e durante o intervalo da manhã", explicou Mamadi.
A morte da aluna consternou a comunidade escolar de Sintra. "A Inês era uma pessoa doce, simpática e muito querida por todos. Eu também conhecia a sua irmã. Foi uma tragédia o que aconteceu", acrescenta. Uma outra aluna, que falou com o
CM mas preferiu manter o anonimato, recordou Inês como uma grande amiga. "Já sabia dos problemas de saúde que a Inês teve no passado. Quando foi para a viagem de finalistas, a Andorra, já estava adoentada", recorda a aluna, revelando que todos os amigos estão "em choque".
O presidente da associação de estudantes deixa ainda um apelo a todos os jovens. "A vacinação é um assunto muito importante, há pessoas céticas mas os alunos não devem ignorar este problema", sublinha Mamadi. Já a subdiretora da escola, Maria do Céu Ribeiro, apenas disse que todos lamentam "profundamente" a morte de Inês, garantindo estar em contacto com a família.