"O piquete de greve estava à entrada da fábrica e apareceu um GNR à paisana que tem um negócio de candeeiros e queria ir lá buscar sucata. Meteu-se num ninho de vespas. Começou a tirar fotografias às pessoas para as intimidar, elas começaram a fotografá-lo a ele também, e ele claro que não gostou", descreveu Alírio Martins, dirigente do Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte.
Seguiram-se alguns insultos e, a certa altura, "o GNR vira-se aos murros e empurrões ao outro rapaz", sendo que, segundo Alírio Martins, o grevista "acabou por ficar um bocado amassado".
O incidente ocorreu por volta das 12h30 junto à porta da empresa Amorim Revestimento.
O dirigente do Sindicato adianta que o alegado agressor "não pertence à GNR da zona e deve fazer parte de um corpo especial de intervenção".
Assim explica o facto de que esse "terá feito queixa ao comando dele em Aveiro, que fez deslocar à fábrica um carro blindado" com uma equipa de forças de intervenção.
O major Nelson Couto, do Comando Territorial de Aveiro da GNR, esclarece, no entanto, que o veículo blindado em questão foi chamado ao local por iniciativa dos guardas de Santa Maria de Lamas.
"Já de manhã tínhamos sido confrontados com a situação de os grevistas estarem a impedir o acesso dos administradores à fábrica", explica, "e por isso é que achámos melhor apelar ao nosso corpo de intervenção".