A relação entre pai e filho nunca foi a melhor mas vinha a degradar-se progressivamente ao longo dos últimos tempos. E esta seguinda-feira aconteceu o pior. Manuel Tadeu, de 84 anos, e o filho António, de 60, voltaram a discutir só que, desta vez, o pai decidiu puxar de uma pistola de calibre 7 milímetros e disparou sobre o filho, António. Atingiu-o no tórax, deixando a vítima em estado grave, e de seguida o idoso suicidou-se com recurso a um tiro disparado da mesma arma.
O crime aconteceu na pequena localidade de Alfaiates, no concelho de Sabugal, na Guarda. Passavam poucos minutos das 15h00. Tudo aconteceu depressa. Os populares, estranhamente, não se aperceberam de nada, nem tão pouco dos dois disparos feitos – com os quais Manuel Tadeu atingiu o filho e de seguida pôs termo à própria vida.
"Não me apercebi de nada. Nem imagino o que leva um pai a disparar sobre um filho. Conhecia bem os dois. O filho é muito bom rapaz. Ainda ontem falei com ele sobre o trabalho dele em França. Já o pai era mais agressivo", contou ontem um amigo da família, José Baltazar, de 82 anos, ao
Correio da Manhã. Opinião idêntica é partilhada por outra popular. "O filho é uma pessoa muito boa. Já do pai não se pode dizer o mesmo", adiantou Maria Vinhas, de 66 anos.
O socorro foi prestado pelos elementos dos Bombeiros Voluntários do Soito, que removeram o corpo de Tadeu, como era conhecido o idoso, para a morgue do Hospital Sousa Martins, na Guarda. Quanto ao filho, foi encaminhado para a mesma unidade de saúde. Ontem à noite ainda permanecia internado nos cuidados intermédios de cirurgia.
Fonte do hospital garantiu entretanto ao
CM que António estava estável. A GNR também esteve no local do crime e, mais tarde, solicitou a comparência da Polícia Judiciária da Guarda que passou a ficar encarregada da investigação.