Apresento-me às 08h45 de segunda-feira [hoje], fardado, no quartel da Pontinha. E vou encarar isto como se fosse o meu primeiro dia na GNR".
Foi desta forma que Hugo Ernano manifestou ao
CM a vontade em regressar ao trabalho após uma suspensão de oito meses. O militar da Unidade de Intervenção foi condenado pela morte a tiro, numa perseguição em Loures, de um menor que tinha sido levado para um assalto pelo pai, em 2008.
"Eu só quero é trabalhar. Não me deixaram mas sempre foi o que eu quis", conta o militar, ciente de que "a tormenta nunca há de chegar ao fim". "Há coisas que vão ficar sempre. Mas penso que o pior agora já passou. Vou voltar ao trabalho com mais força e vontade. Contei com o apoio de muitas pessoas e já paguei a indemnização. Vou partir para algo melhor".
O militar vê assim chegar ao fim a suspensão agravada que lhe foi imposta pelo Ministério da Administração Interna – resultado de um processo interno –, período durante o qual recebeu apenas a verba referente a um terço do seu salário. "Esta é a melhor prenda de Natal que posso receber. É bom poder regressar ao meu trabalho".