Número de concelhos afetados pelas chamas no Centro é maior do que o número de municípios que integram a Região de Turismo do Alentejo.
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Cinquenta e nove concelhos da região Centro foram atingidos pelos incêndios deste ano e 38 empreendimentos turísticos foram destruídos total ou parcialmente, segundo um "primeiro balanço dos estragos" revelado esta terça-feira à agência Lusa pela Turismo do Centro.
A Entidade Regional, que é a maior e mais diversificada área turística nacional, abrangendo 100 municípios, teve assim mais de metade do seu território afetado pelas chamas, que nos incêndios de 15 de outubro avançaram pela primeira vez sobre o litoral, provocando estragos também em Aveiro, Ílhavo, Vagos, Mira, Figueira da Foz, Marinha Grande e Leiria.
O número de concelhos afetados pelas chamas no Centro é maior do que o número de municípios que integram a Região de Turismo do Alentejo (57) ou de que o valor combinado das regiões de Lisboa e Algarve.
Para além dos estragos, em alguns casos irremediáveis, em 38 empreendimentos turísticos, os incêndios provocaram o cancelamento de 77 por cento das reservas em hotéis da região. Um número "impressionante e preocupante", que deixa apreensivos os responsáveis da Entidade Regional Turismo Centro.
Algumas das principais referências de turismo em espaço rural (e algumas unidades de Alojamento Local) da região foram completamente devoradas pelas chamas. É o caso da Casa Grande do Loureiro (Tábua), Quinta do Pinheiro Manso (Tábua), Chão do Rio (Seia), Villa Carrascais (Oliveira do Hospital), Miradouro (Oliveira do Hospital) e Vale das Maias (Penacova).
O Parque de Campismo da Praia da Vieira (Leiria) foi também destruído e o Golfe de Montebelo (Viseu) sofreu estragos avultados.
A Turismo do Centro está a levar a cabo um levantamento detalhado da situação no setor e só depois revelará uma estimativa dos prejuízos materiais e dos postos de trabalho em risco.
Outros "fatores de atratividade" da região, como os percursos pedestres e de bicicleta, foram também afetados pelas chamas. No total, foram total ou parcialmente destruídos 34 percursos. As situações mais graves (perda total) foram registadas em Vila do Rei, Fundão, Penacova, Grande Rota do Zêzere, Covilhã e Lagoa de Mira.
A Turismo do Centro garante que continuará a fazer uma "radiografia exaustiva" da situação, ao mesmo tempo que vai negociando com o Governo formas de compensar os prejuízos e relançar a economia do setor.
Na segunda-feira, o presidente da Turismo do Centro, Pedro Machado, teve uma reunião em Lisboa com responsáveis do Turismo de Portugal, para fazer uma primeira avaliação dos estragos e traçar um plano de ação.
O presidente da Turismo do Centro já elogiou a decisão tomada no Conselho de Ministros de sábado de avançar com apoios à reposição da atividade turística e aos empresários do setor afetados pelos incêndios, mas considera que o conjunto de medidas "pode revelar-se insuficiente", tendo em conta a dimensão dos estragos.
"São valores que podem ficar aquém das reais necessidades, atendendo que há municípios que não estão abrangidos pelo Programa Valorizar para a Dinamização Turística do Interior", revela Machado, dando como exemplo alguns concelhos do litoral que foram seriamente afetados pelas chamas: Mira, Vagos, Marinha Grande, Aveiro e Albergaria-a-Velha.
O Governo anunciou a duplicação do orçamento do Programa Valorizar para a Dinamização Turística do Interior, passando de 30 para 60 milhões de euros, acompanhada pela ativação da Linha de Apoio à Tesouraria, "para fazer face a situações de quebras de reservas e de necessidade de fundo de maneio e que é atribuída diretamente pelo Turismo de Portugal, sem necessidade de recorrer à banca".
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.
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