Emanuel Briosa estava acusado de ter desviado 200 mil euros de um cofre quando a Polícia Judiciária fazia buscas numa casa na Quinta da Marinha, em Cascais.
Em causa estava a investigação a José Veiga – conhecida como operação Rota do Atlântico –, na qual o empresário é suspeito de envolvimento num esquema de corrupção e luvas em negócios de petróleo e construção na República do Congo.
O inspetor da PJ foi ontem condenado a quatro anos e meio de cadeia – com pena efetiva –, mas o tribunal apenas deu como provado que Emanuel Briosa se apropriou de 40 mil euros em notas.
O valor apontado pelo tribunal foi o mesmo que o inspetor da PJ admitiu ter desviado durante o julgamento –200 notas de 200 euros, retiradas de um cofre onde estavam mais de cinco milhões de euros e de dólares. Ninguém sabe ao certo qual o montante total retirado, uma vez que o crime não foi participado. Aliás, mais de um ano depois do caso – a operação ocorreu a 3 de fevereiro de 2016 –o dinheiro ainda não foi reclamado.
Durante a investigação, Emanuel Briosa admitiu inicialmente ter-se apropriado de apenas 20 mil euros, mas depois, perante o coletivo de juízes, confessou ter deitado mão a 40 mil euros. Ainda durante o julgamento negou ter ficado com qualquer quantia.
O coletivo de juízes afirma que, para a aplicação de uma pena efetiva, foi tido em consideração o facto de o arguido "nunca ter interiorizado a ilicitude do ato praticado", situação agravada por ter sido cometida enquanto exercia funções de inspetor da PJ.