Jacques Rodrigues foi afastado do grupo Impala. A decisão do juiz de instrução do Tribunal de Sintra impede ainda o barão da imprensa cor-de-rosa de sair do País. Jacques Rodrigues tem ainda de prestar uma caução de meio milhão de euros, enquanto o filho poderá continuar a liderar o grupo Impala. Jacques Júnior ficou com a menos gravosa medida de coação: termo de identidade e residência.
Jacques Rodrigues, esse, safa-se da cadeia devido à idade. O tribunal dá como válidos todos os pressupostos da prisão preventiva - perigo de fuga, de continuação da atividade criminosa e de perturbação do inquérito -, mas aplica-lhe metade da caução pedida pelo Ministério Público. Impede-o ainda de falar com todos os arguidos, com exceção dos filhos e da ex-mulher, porque a lei não permite tal proibição. E proíbe-o ainda de contactar testemunhas e as técnicas de contabilidade que trabalham com o revisor oficial de contas que também foi preso.
À saída, Jacques Rodrigues foi parco em palavras. Visivelmente irritado, o empresário - que é suspeito de desviar 100 milhões de euros - atacou os jornalistas, dizendo que só diziam "mentiras". Não explicou quais eram, nem tão-pouco contestou o que é pedido pelos ex-trabalhadores do grupo: 48 milhões de euros, em salários e indemnizações que não foram pagas.
Os outros dois arguidos - o advogado Natalino Vasconcelos e o revisor oficial de contas José Rito - também foram libertados, mas ficam igualmente com medidas de coação acessórias, para além do termo de identidade e residência: também não podem contactar entre si e não podem, por qualquer meio, tentar falar com funcionários da empresa de contabilidade que tem a seu cargo as contas da Impala.
Ficam igualmente proibidos de exercer funções no grupo de comunicação social, podendo fazê-lo em qualquer outra empresa.