Sara teve tempo para se arrepender de ter atirado o filho ao lixo na madrugada do dia 5 deste mês, em Lisboa. O menino nasceu às duas da manhã e 11 horas depois, pelas 13h00, Sara passou de novo pelo ecoponto e viu o filho recém-nascido. Não foi capaz de o resgatar.
Segundo o relatório da PJ, "a determinada altura, a arguida visualizou dentro do contentor o seu filho, mas nada disse e com medo que o seu companheiro se apercebesse insistiu para que se fossem embora". O menino acabaria por ser resgatado com vida poucas horas depois.
A jovem de 22 anos, cabo-verdiana, está em prisão preventiva. "A arguida nunca adquiriu qualquer peça de roupa ou preparou o seu nascimento, (...) a arguida agiu sempre, desde que soube que estava grávida, com o propósito de, após o nascimento do bebé lhe tirar a vida, ocultando a gravidez, as dores que sentiu e o nascimento com vida do seu filho", pode ainda ler-se.
A ministra da Justiça visitou ontem Sara na cadeia de Tires. "Está a receber apoio psicológico", disse Francisca Van Dunem.
Sara, que abandonou o filho, deu uma entrevista à
TVI há 2 meses, afirmando que queria "estudar, trabalhar" e cuidar da mãe quando esta fosse "velhinha". "Não quero essa vida", disse.