O Ministério da Administração Interna (MAI) aceitou a proposta da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) e determinou a imediata instauração de processo disciplinar aos sete militares da GNR acusados de agredirem e sequestratem imigrantes. E instaurou um inquérito para apurar responsabilidades disciplinares do então Comandante de Posto da GNR de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, em que os militares exerciam funções.
Em comunicado o MAI revela que a ministra da Administração Interna solicitou que se "acelerasse a implementação do Plano de Prevenção de Manifestações de Discriminação nas Forças e Serviços de Segurança, aprovado no passado mês de março, e que apresentasse uma nota preliminar sobre a respetiva execução".
Sete militares da Guarda Nacional Republicana são acusados de 33 crimes por alegadamente humilharem e torturarem imigrantes em Odemira, três destes elementos da GNR são reincidentes e já tinham sido condenados a penas suspensas por agressões a imigrantes em 2018.
A investigação teve origem em 2019, quando a Polícia Judiciária apreendeu os telemóveis de cinco militares suspeitos de maus-tratos a imigrantes em Odemira, tendo encontrado vídeos e imagens que deram origem a este novo processo.
No julgamento, cuja sentença foi lida em julho de 2020, além destes três elementos da GNR, foram também condenados dois outros militares, estando um deles a cumprir uma pena de seis anos.