O empresário Mário Ferreira, cujas empresas em Porto, Malta e Madeira, foram alvo de buscas esta quarta-feira, pediu ao Ministério Público para ser constituído arguido, apurou o CM.
Mário Ferreira divulgou a carta enviada ao Ministério Público e justifica o pedido, dizendo que, nos últimos oito anos, nunca lhe "foi dada a oportunidade para ser ouvido no âmbito deste processo".
O dono da Douro Azul volta a manifestar a "total e imediata disponibilidade para colaborar com a Justiça, no sentido de esclarecer cabalmente todos os factos que julguem convenientes".
Esta manhã, o empresário tinha reagido às buscas nas suas empresas dizendo, nas redes sociais: "N
ão estou acusado de nada, não sou arguido em nenhum processo", considerando a situação "intolerável"
Um dos alvos das buscas foi a sede da Douro Azul, a empresa de Mário Ferreira responsável pelos cruzeiros no Douro, confirmou o advogado do empresário, também dono da TVI, ao Correio da Manhã.
As buscas desta quarta-feira foram conduzidas pela Autoridade Tributária e pelo DCIAP. EM causa estarão indícios de fraude fiscal qualificada no negócio da compra e venda do navio Atlântida. A venda da embarcação foi feita em setembro de 2014, pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, por mais de oito milhões e em 2015. A mesma embarcação foi depois vendida, pela empresa de Márioa Ferreira sediada em Malta (um paraíso fiscal), por 17 milhões, a uma empresa norueguesa. Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo inicialmente haviam atribuido ao Atlântida, em 2012, um valor de 29 milhões de euros.