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Correio da Manhã

Portugal
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Data marcada para decisão instrutória do caso EDP impede libertação de Manuel Pinho

Leitura da decisão instrutória do caso EDP marcada para 14 de abril.
Débora Carvalho 28 de Março de 2023 às 11:43
Ricardo Salgado e Manuel Pinho
Ricardo Salgado e Manuel Pinho FOTO: JOAO RELVAS/ LUSA
A leitura da decisão instrutória do caso EDP ficou marcada para 14 de abril às 14h, após quatro horas de debate instrutório, no Campus de Justiça, em Lisboa. A decisão da juíza será conhecida na véspera de terminar o prazo da medida de coacção imposta a Manuel Pinho, que está há mais de ano ano em prisão domiciliária. Ou seja, esta data impede, para já, que o ex-governante seja libertado. Deverá permanecer privado da liberdade.

O Ministério Público defendeu que todos os arguidos (o ex-líder do BES, Ricardo Salgado, o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, 3 a mulher deste, Alexandra Pinho) devem ir a julgamento. As defesas criticaram a acusação do MP, os moldes da instrução- sem qualquer diligência ou inquirição de testemunha - e pediram a não pronúncia dos arguidos.

Nas alegações finais, em sede de debate instrutório, o procurador foi categórico: "Ricardo Salgado sabia que estava a pagar uma quantia ilegal [avença mensal de 15 mil euros paga a Manuel Pinho] a uma pessoa que tinha o cargo de ministro e podia influenciar decisões favoráveis ao GES".

Sustentou ainda o magistrado que Pinho confessou, no Requerimento de Abertura de Instrução, que recebeu o pagamento de meio milhão e a avença mensal de 15 mil euros. "Até então, o arguido parecia ter-se esquecido disso.

O desfecho só pode ser este: "ser pronunciado por branqueamento, fraude e corrupção", afirmou o procurador Hugo Neto.

No dia 15 de dezembro de 2022, Manuel Pinho e Ricardo Salgado foram acusados pelo MP no âmbito do caso EDP.

O ex-ministro da economia foi acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Já Ricardo Salgado foi acusado em concurso efetivo e autoria material de um crime de corrupção ativa para ato ilícito, um crime de corrupção ativa e outro de branqueamento de capitais.

A mulher do ex-ministro, Alexandra Pinho, foi acusada em concurso efetivo e co-autoria material com Manuel Pinho de um crime de branqueamento de capitais e outro de fraude fiscal.

O Ministério Público pede que todos os arguidos sejam pronunciados nos exatos termos da acusação. As defesas criticaram a acusação do Ministério Público e pediram a não pronúncia dos arguidos.
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