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Moradores da Boavista no Porto queixam-se de espaço público estar a "servir de acampamento"

Quatro meses depois de vários moradores se terem queixado do uso indevido e abusivo do antigo edifício militar na Avenida de França, as queixas voltaram esta quinta-feira à Assembleia Municipal do Porto.

28 de novembro de 2024 às 23:42

Moradores da zona da Boavista, no Porto, manifestaram esta quinta-feira indignação por a envolvente do prédio onde vivem continuar a "servir de acampamento e abrigo" a uma comunidade, apelando por ajuda para resolver a situação.

Quatro meses depois de vários moradores se terem queixado do uso indevido e abusivo do antigo edifício militar na Avenida de França, as queixas voltaram esta quinta-feira à Assembleia Municipal do Porto.

A poucos metros do edifício militar, entretanto vedado pelo município, na Rua General Norton de Matos, o passeio em frente a um dos prédios está "a servir de acampamento", afirmou Anabela Neves, administradora do condomínio que integra 60 famílias.

"Todos se sentem indignados", afirmou.

Segundo Anabela Neves, a comunidade "deixa um rasto de lixo, urina" e transforma o espaço.

"Montam tendas, continuam a cozinhar e a lavar-se", detalhou, acrescentando que a Polícia Municipal já se deslocou ao local por diversas vezes, mas que os membros da comunidade "desviam-se 30 metros".

"Gostaríamos de manifestar a nossa indignação com a situação que se arrasta desde 2016. Não basta arrastar o problema de uns prédios para outros", observou, apelando a que sejam encontrados espaços na cidade para acolher estas pessoas.

"Tentem fazer algo, tanto pelos nossos moradores, como por aquelas pessoas", acrescentou.

Em julho, a Câmara do Porto mandou vedar, na sequência de queixas de vários moradores durante o Conselho Municipal de Segurança, o antigo edifício militar na Avenida de França, que é propriedade do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU).

Na altura, os moradores afirmaram ter sido alvo de "várias ameaças" por parte da respetiva comunidade e relataram a presença diária de lixo, fezes, urina nos jardins dos seus prédios e no espaço público.

Em resposta aos moradores, o comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão, assegurou ter conhecimento da situação e que os problemas relatados com a respetiva comunidade remontam a 2017, ano em que ocupavam os terrenos da antiga estação da Boavista, tutelados pela Infraestruturas de Portugal.

Localizado num terreno com 1.155 metros quadrados, o antigo edifício da Direção de Recrutamento Militar foi um dos oito imóveis que, em dezembro de 2021, passou da Defesa Nacional para o IHRU, através da constituição de direito de superfície por um período de 75 anos.

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