A vítima mortal, de 29 anos, solteiro e residente em Montejuntos (Alandroal), seguia na traseira do camião de grandes dimensões ao lado de outro ‘motard’ da Brigada de Trânsito que só por sorte não foi apanhado no acidente. Ambos traziam ligadas as luzes azuis das motos. O condutor que provocou o desastre, António Ribeiro, de 40 anos, residente em Elvas, funcionário da Inspecção Tributária das Finanças de Évora, estava alcoolizado: acusou uma taxa de álcool de 1,77 gramas – quase quatro vezes superior à permitida por lei.
O militar foi projectado violentamente contra o solo e a moto, que tinha sido atestada com gasolina na fronteira do Caia, explodiu e ficou a mais de 150 metros do local do embate. O pesado, que transportava equipamentos para aerogeradores, prosseguiu viagem em direcção a Sobral de Monte Agraço.
“O militar tinha colete reflector, a moto tem luzes rotativas, assim como a moto do outro militar e o veículo pesado. Não existem explicações para o sucedido pois não era difícil vê-los”, disse o comandante da BT de Évora, capitão Gonçalves. O condutor foi ontem presente ao Tribunal de Elvas. Saiu em liberdade obrigado a apresentar-se semanalmente na esquadra da PSP de Évora.
Rodrigo Mendes vivia numa família de militares. O pai, aposentado, prestou serviço no posto da GNR de Alandroal. O irmão é também guarda no Serviço de Protecção da Natureza do Destacamento de Reguengos de Monsaraz. “O meu filho sempre quis ser da GNR. Estava há seis anos na Guarda e era muito cuidadoso quando conduzia”, disse ao CM o pai, António Mendes, lavado em lágrimas.
APONTAMENTOS
ALERTA
José Alho, da Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda, lamentou a morte do soldado. “Era um rapaz impecável”, disse. Nos 36 anos de existência da Brigada de Trânsito da GNR já morreram 35 militares em serviço.
ACUSAÇÃO
O condutor que provocou o acidente, António Ribeiro, aguarda o desenrolar do processo em liberdade. Segundo fontes da GNR, poderá ser acusado de homicídio por negligência.
FUNERAL
O corpo do militar foi transportado ontem da morgue do Hospital de Elvas, onde foi autopsiado, para a Igreja de Montejuntos. O funeral realiza-se às 15h00 de hoje, em S. António de Capelins (Alandroal).
INDEMNIZAÇÃO
A família do militar deverá receber uma compensação de morte de 96 275 euros (ordenado mínimo multiplicado por 250, diz a lei).
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