“Os feirantes de ourivesaria estão desamparados, não têm qualquer tipo de protecção e sentem-se muito vulneráveis”, resumiu ontem ao CM Fernando Sá, que desde Maio acumula a liderança dos feirantes do distrito do Porto com a presidência da FNAF.
“Enviámos cartas à PJ do Porto e à PJ nacional e ao Instituto de Seguros de Portugal”, esclarece Fernando Sá, explicando que outras missivas idênticas seguiram para diversas entidades governamentais.
O problema dos seguros é um dos que mais angustia os comerciantes, pois as companhias recusam-se a aceitar a cobertura das mercadorias em trânsito. “Se são assaltados, os comerciantes perdem tudo, por isso, quando são alvo de roubos têm a tendência para resistir, tentando salvar os seus bens”, diz Fernando Sá.
O presidente da FNAF reconhece que as autoridades policiais não podem garantir a segurança dos feirantes, mas afirma que se os que praticam os assaltos forem apanhados pela polícia e severamente punidos, tal poderá evitar o aumento do número de casos que se tem vindo a registar nos últimos meses.
Também a escalada de violência dos casos – com recurso a armas de fogo e nenhum receio em disparar – preocupa a FNAF e os seus associados. “Queremos que se faça justiça, pois em paralelo com a injustiça vive o medo, a angústia e o desânimo dos feirantes”, diz a missiva às autoridades policiais a que o CM teve acesso.
ÚLTIMOS CASOS
CHAVES
Um ourives foi baleado quando saía de casa para uma feira. O trio de assaltantes levou-lhe a viatura, que viria a ser encontrada incendiada do outro lado da fronteira luso-espanhola.
PAÇOS DE FERREIRA
Um ourives de Lousada foi interceptado numa rotunda quando vinha de uma feira. Foi roubado e atropelado na fuga pelos assaltantes, perdendo um dos pés.
GONDOMAR
O concelho de Gondomar tem sido alvo de vários assaltos. Em Junho, um ourives de S. Pedro da Cova foi espoliado de quatro malas durante uma deslocação a Valença.
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