Para além dos prejuízos e tempo de espera, José Francisco garante que vai avançar à mesma com a reconstrução, "que tem um valor sentimental muito grande" para a sua família.
Um casal perdeu a casa móvel em Silveira de Cima, na Lousã, e tem dormido, por estes dias, numa carrinha. Já em Cabanões, um jovem voltou à estaca zero na reconstrução daquela que seria a sua futura habitação.
Na madrugada de sexta-feira, só deu para fugir da casa em direção às eólicas, por volta das 02h00, ponto alto de onde Valter viu, juntamente com sapadores, a sua casa móvel a ser consumida pelas chamas, até não conseguir ver mais "e ir embora para baixo", disse à agência Lusa o homem de 42 anos.
A casa móvel de Valter Martins e da companheira Liliana era uma solução temporária, enquanto reconstruíam, ao lado, uma habitação, em Silveira de Cima, onde vivem desde 2012.
"Perdi tudo o que tinha lá dentro. Fogões, máquinas, baterias, painéis solares, tudo. Só consegui salvar os meus animais e os meus veículos", afirmou.
Além disso, a casa que estava a reconstruir também escapou às chamas do incêndio que tinha deflagrado na quinta-feira no Candal e que, naquela madrugada, subia a encosta.
"Eu contava acabar de reconstruir a casa daqui a seis meses, mas terá de ser dois ou três, que há mais urgência", afirmou.
Sem casa, está a viver na sua carrinha de trabalho e recorre ao parque de campismo, apesar de vários amigos lhe terem oferecido estada.
Para fazer face aos prejuízos, criou uma campanha de angariação de fundos (https://www.gofundme.com/f/vitimas-do-incendio-da-lousa) não apenas para recuperar da perda da casa móvel, mas para ajudar os animais da Serra da Lousã, algo que já fazia no passado.
"Tinha vários veados, órfãos, que eram criados por mim, cuidava deles, mas andavam por lá em liberdade e é preciso alguma palha para lhes dar de comer, que já vi várias manadas deles" pela serra, afirmou.
Já em Cabanões, também no concelho da Lousã, foi a casa que José Francisco tinha começado a reconstruir há cerca de um ano que ardeu.
"Ainda não tinha feito as intervenções maiores, mas perdi material, ferramentas e, a nível estrutural, vou ter de gastar muito mais dinheiro agora para recuperar, que as paredes terão de ir todas abaixo. Será um custo muito mais avultado", afirmou à Lusa o engenheiro eletrotécnico de 34 anos, agora a braços com uma reconstrução que ficará mais onerosa, mas também mais demorada.
Se antes esperava tornar aquela a sua casa de primeira habitação no espaço de um ou dois anos, agora não prevê que consiga terminar o projeto "em menos de cinco anos".
Apesar disso, vinca que irá avançar à mesma com a reconstrução, "que tem um valor sentimental muito grande" para a sua família, disse o jovem que trabalha em Serpins e natural da Lousã, mas cuja mãe é de Cabanões.
Na sexta-feira de manhã, José Francisco esteve na aldeia, mas teve de sair para ajudar familiares, perto da hora de almoço.
Quando regressou, já a casa tinha ardido e o fogo passado, com as chamas a serem combatidas apenas por seis pessoas que ficaram em Cabanões, localidade que só viu bombeiros às 22:00 desse dia.
Além da casa, a alteração da paisagem perto da aldeia, que já tinha idealizado e começado a fazer algumas intervenções, também volta à estaca zero.
Apesar disso, José Francisco diz que a comunidade sai ainda mais reforçada "para fazer as coisas que foram adiadas demasiado tempo".
"Existe muito apoio da comunidade local, dos habitantes e dos amigos. Nesse sentido, estou esperançoso pelo futuro", vincou.
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