A PJ do Centro suspeita que os dois homens integrem uma rede internacional, bem organizada, que tem vindo a dedicar-se a este tipo de furto em vários museus da Europa (ver caixa). O destino dos seis chifres de 7,5 quilos seria o mercado asiático.
A investigação começou em Abril, após o furto de um par de chifres do Museu de História Natural da Universidade de Coimbra, e desencadeou, agora, uma das maiores apreensões internacionais.
O material apreendido na sexta-feira não foi furtado em Coimbra, prosseguindo as investigações para determinar a sua origem. Os suspeitos, que ficaram sujeitos a apresentações diárias à polícia, entraram em Portugal no início da semana passada e tentavam viajar para Paris, onde o negociante de arte tem centrados os negócios.
Nas malas levavam os chifres dissimulados em placas de madeira. A Judiciária, em articulação com a Europol e a Interpol, já os observava e apanhou pai e filho ainda com 50 mil euros e libras esterlinas.
PRODUTO É MAIS RENTÁVEL DO QUE NEGÓCIOS DE DROGA E DIAMANTES
O tráfico de chifres de rinoceronte tornou-se um negócio mais rentável do que o dos diamantes ou da droga, chegando a atingir os 50 mil euros o quilo.
O destino é quase sempre o mercado asiático, sobretudo a China e a Coreia, onde os chifres são reduzidos a pó para fins medicinais ou afrodisíacos. Naqueles países, acredita-se que as propriedades do produto ajudam a curar o cancro, a combater as febres altas ou a melhorar os pacientes que sofreram acidentes vasculares cerebrais (AVC). Nos últimos meses foram registadas duas dezenas de furtos de chifres de rinocerontes em vários países da União Europeia. "Portugal poderá ser uma placa giratória deste tráfico", segundo a Judiciária.
Para combater este tipo de crime foi criada uma equipa especial na Europol. E alguns museus estão já a substituir o chifres verdadeiros por réplicas.