Um agente da PSP aposentado e um professor estão entre as duas dezenas de pessoas que começaram a ser julgados pelo Tribunal de Viseu por crimes relacionados com o tráfico de pessoas e lenocínio – exploração de prostituição –, entre os anos de 2003 e 2010.
O chefe do grupo seria um filho do agente da PSP reformado. Seria ele quem organizava o recrutamento das mulheres no seu país de origem e depois as colocava em vários estabelecimentos de diversão noturna da região de Viseu e da Guarda, e também de Fuentes de Onõro, em Espanha, junto à fronteira de Vilar Formoso. Os arguidos estão agora a ser julgados pelo crime de tráfico de pessoas, lenocínio, auxílio à imigração ilegal e associação criminosa.
Segundo a acusação do Ministério Público, alguns dos arguidos deslocaram-se ao Brasil, onde aliciaram mulheres a vir trabalhar para Portugal, com promessas de o poderem fazer em casa de espetáculos como bailarinas ou cantoras, a troco de um bom ordenado e outras regalias.
Para isso tinham que ter bom aspeto físico, pormenor essencial. Quando chegavam a Portugal, a realidade é que eram colocadas a trabalhar em bares de alterne e outros locais conotados com prostituição. Se oferecessem resistência ou tentassem fugir eram agredidas e ameaçadas.
Muitas mulheres foram obrigadas a entrar no circuito de prostituição e a trabalhar em várias casas. Outras conseguiram fugir e denunciaram os arguidos às autoridades. A investigação durou anos e envolveu PJ, GNR, PSP e SEF.