Cerca de 400 pombos foram capturados na semana passada em Setúbal e entregues ao Jardim Zoológico de Lisboa para alimentação. Esta é a forma encontrada pela autarquia para tentar resolver o que André Martins, vereador do Ambiente, classifica como “um problema”.
O veterinário Marc Ryan, da Federação Portuguesa de Columbolfilia, não tem dúvidas: os pombos provocam doenças e não devem coabitar com pessoas. Exemplo disso são os piolhos transportados pelos pombos, que fecharam por duas vezes a Unidade de Neonatologia do Hospital de São Bernardo, em Setúbal.
A autarquia declina responsabilidades e confirma ao CM que os seus serviços não foram solicitados pelos responsáveis hospitalares para qualquer tipo de intervenção. “A situação passou-se no hospital e tem de ser avaliada dentro dele. Deve haver vigilância e controlo rigoroso para impedir os pombos de fazerem ali ninhos”, diz o vereador.
As redes colocadas nos varandins do hospital, para evitar a nidificação próximo das condutas de ar condicionado, medida anunciada pelo hospital, parecem não ter sido suficientes. De resto, controlar a população de pombos não tem sido fácil em Setúbal.
A Câmara procura, através da recolha destes animais, diminuir o seu número, política que, diz André Martins, “leva tempo a dar frutos, mas tem tido efeitos”. Fora de questão está, por enquanto, a criação de multas para quem dá de comer às aves. “Até porque não queremos acabar com os pombos na cidade.”
É MAIS EFICAZ CONTROLAR QUE MATAR
Entre 1988 e 1992, a Universidade de Basel, na Suíça, realizou uma investigação para tentar perceber qual a melhor forma de controlar a população de pombos da cidade, que não parava de aumentar. Depois de falhados os métodos de exterminação, os especialistas chegaram à conclusão que existia uma ligação entre o aumento do número de pombos e a alimentação dada pelos habitantes. Por isso, foram criadas multas para quem o fizesse e um sistema de pombais.
Um pouco por todo o Mundo, a política tem sido controlar sem matar. Em Lisboa, onde o último censos, realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária, dava conta de 23 mil pombos, matar também está fora de questão. Por isso, a autarquia optou por, desde Setembro de 2002, implementar um programa para controlar a função reprodutiva destes animais, através da distribuição de milho com contraceptivo. O balanço destes três anos é, segundo explica ao CM Luísa Costa Gomes, chefe da divisão de Higiene Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, positivo, embora este ano a eficácia não tenha sido tão grande. E os motivos que impedem o sucesso completo da iniciativa têm a ver com o facto de haver quem insista em dar de comer às aves, apesar da multa a que está sujeito. “Se alguém der de comer aos pombos antes de nós lhes podermos dar o milho com o contraceptivo, eles não vão ingerir as 30 gramas necessárias e o programa não se cumpre”, afirma. E acrescenta. “Dar de comer não tem quaisquer benefícios, só prejudica. Nós fazemos distribuição de milho e mesmo que não lhes déssemos nada, eles não passavam fome.”
CUIDADOS EM CAPITAIS EUROPEIAS
VENEZA
Desde 1997 que é proibido dar de comer aos pombos em Veneza, Itália, com excepção de algumas zonas, como a Praça de São Marco. Uma medida para reduzir o número de aves, que chegaram aos cem mil.
PARIS
Em Paris, os pombos são bem-vindos. Mas para evitar a sua proliferação descontrolada, as autoridades da Cidade Luz criaram vários pombais, onde centenas de pombos fazem os seus ninhos de forma controlada.
LONDRS
Londres declarou, em 2003, guerra aos pombos. Proibiu a venda de milho em algumas praças da capital inglesa e chegou mesmo a recrutar aves de rapina, para tentar diminuir o número de animais.
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