O plano não podia ser mais engenhoso e, durante cerca de dois meses, as autoridades norte-americanas acreditaram mesmo que o luso-britânico Michael Garveigh, de 45 anos, era um agente secreto do MI5 (os serviços secretos do Reino Unido) pronto a eliminar uma célula terrorista que iria atacar nos EUA.
O objectivo do filho de John Garveigh (um dos proprietários do Ocean Club, no Algarve, onde em Maio de 2007 desapareceu Maddie McCann) e de Maria Eugénia de Azevedo Coutinho era – juntamente com um comparsa, Louis Aprile, falso agente da Agência Nacional de Segurança dos EUA – tomar de assalto duas casas e ficarem com os milhares de dólares que sabiam estarem nas habitações.
Para executar o plano, os impostores foram pedir ajuda a duas divisões de polícia nos EUA, a de Alpharetta e a de Marietta, junto à cidade de Atlanta, de modo a formarem uma equipa de assalto. Durante um mês mantiveram várias reuniões com a polícia. Alegavam que aquelas casas eram habitadas por terroristas e que, em troca, a polícia norte-americana podia ficar com os louros da operação, bem como com as armas apreendidas.
Uma vez que esta seria uma operação ‘top secret’, os dois falsos agentes secretos pediram para que a informação fosse mantida em segredo. No entanto, a polícia contactou o FBI, que disse desconhecer a existência de quaisquer agentes com esses nomes. Ambos acabaram detidos no decorrer do mês passado e, em tribunal, disseram estar a ser alvo de uma armadilha. "Nunca pensei que duas pessoas inteligentes pudessem conceber um plano tão estúpido. É preciso muita coragem para irem à própria polícia pedir ajuda para tomar duas casas de assalto para ficarem com o dinheiro", disse um agente do FBI.
Apesar da história mal contada, a juíza que ouviu os suspeitos decidiu libertá-los sob uma fiança de 15 mil euros até à data do julgamento.
CRIOU EMPRESAS NO ALGARVE
Michael Garveigh nasceu há 45 anos em Middlesex, Inglaterra, filho de Maria Eugénia de Almeida e Noronha de Azevedo Coutinho e do empresário britânico John Garveigh, que tem várias ligações ao sector imobiliário no Algarve.
O detido estudou em Gordonstoun, na Escócia, no mesmo ano e escola que o príncipe Eduardo. Em 1991, casou na Califórnia com a norte--americana Victoria Maria Danielsen e, há quatro anos, decidiu ir viver para Atlanta. Entretanto, viveu em Portugal onde criou várias empresas no Algarve. Nos EUA tem uma empresa de tecnologia sem fios.
ATAQUES À BOMBA COM CAMIÕES DE LEITE
Começaram em Maio as reuniões dos dois falsos agentes secretos com a polícia. Diziam que três alvos nos EUA iam ser atacados à bomba no Dia da Independência, a 4 de Julho. Segundo Michael Garveigh e Louis Aprile, os ataques iam ter lugar com camiões de leite carregados de explosivos e os terroristas habitavam naquelas residências. Como tal, os impostores disseram ser urgente tomar de assalto as duas casas (cuja localização foi mantida em segredo) e deter os terroristas, que não eram norte-americanos.
No entanto, aquelas seriam simples habitações onde os suspeitos sabiam que estava bastante dinheiro, do qual se queriam apoderar. Devido às fortes medidas de segurança não iam conseguir entrar nelas sozinhos, pelo que decidiram elaborar este esquema e apresentá-lo às autoridades. "Pedir ajuda à polícia para cometer um crime é ridículo", disse um investigador. Foram presos a 8 de Junho mas libertados sob fiança.
PORMENORES
LIGAÇÕES À FAMÍLIA REAL
A educação de Michael Garveigh foi em Inglaterra e, segundo o jornal britânico ‘Times’, este tem mesmo ligações à família real, uma vez que estudou com o príncipe Eduardo.
SECTOR IMOBILIÁRIO
Toda a família Garveigh está ligada ao sector do imobiliário, em especial na zona do Algarve. Michael teve mesmo uma empresa na zona Sul do País, a Jardim Vista SA.
AVÓ ERA CONDESSA
A avó de Michael, Maria Antónia de Almeida e Noronha, era 4.ª condessa de Peniche.
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