Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
A rede "Emergência Florestal/Floresta do Futuro" está a mobilizar a população para organizar protestos pelo país no final do verão contra os fogos florestais e exigir medidas que combatam o abandono do interior e reduzam o eucaliptal.
"Estamos a organizar uma iniciativa e vamos fazer várias coisas fora da época da urgência porque a situação que se vive atualmente não pode continuar. Isto é completamente fora do aceitável e do razoável e é preciso atuar", disse à Lusa um dos elementos da rede, João Camargo.
O movimento reúne participantes de mais de 15 cidades e aldeias do país e está, neste momento, a "convocar as pessoas para se auto-organizarem", contou João Camargo, explicando que o objetivo é "não permitir que perante o flagelo dos incêndios não haja uma resposta pública, não haja protestos e que o assunto se torne numa mera questão técnica".
O movimento fala numa "convergência de fatores catastróficos", apontando o abandono do interior e o aumento da área de eucalipto: "Neste momento, não é possível falar de futuro, porque o futuro são cinzas e fogo e por isso precisamos de políticas de grande fôlego", defendeu o responsável, que acredita na mobilização e protestos da população para mostrar como o tema é prioritário.
No ano passado, mais de 12 cidades participaram na iniciativa e este ano já há alguns locais confirmados para o protesto "Deseucaliptar, Descarbonizar, Democratizar", que se realizará a 20 de setembro.
Segundo João Camargo, haverá ações em Arganil, Lousã, Lisboa ou Porto, estando a rede a ser contactada pela página de Instagram por particulares, associações e outras organizações para mais manifestações, concentrações ou ações locais.
O movimento está também em contacto com organizações espanholas, nomeadamente na Galiza, e o protesto estará ligado ao chamado internacional "Draw the Line", que decorrerá entre 19 e 21 de setembro por todo o mundo.
O movimento critica a "escolha reiterada de entrega do mundo rural ao abandono e à eucaliptização" e por isso prometem sair à rua contra políticas governamentais responsáveis por Portugal ser "o país que mais arde da União Europeia".
A rede convoca assim mais um protesto pela floresta e volta a insurgir-se contra as indústrias que criam condições para que o território continue a ser assolado por incêndios.
"Em termos relativos, é o país com mais área de eucalipto no mundo. O país com menor área pública florestal da Europa. Disto resultam lucros recorde para a indústria da celulose", acusa a rede em comunicado enviado para a Lusa.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
Este ano, os fogos já provocaram pelo menos dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
A rede "Emergência Florestal/Floresta do Futuro" foi criada em 2022 no rescaldo de uma iniciativa que quis chamar a atenção para o problema dos incêndios: "Fizemos uma caravana pela justiça climática que percorreu cerca de 400 quilómetros, entre a Figueira da Foz e Lisboa, passando pelos sítios mais afetados pelos incêndios florestais", recordou o responsável, garantindo que não irão parar até verem a suas reivindicações acolhidas.
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