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Correio da Manhã

Portugal
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Ao minuto Atualizado às 17:25 | 30/05

Rosa Grilo confessa que drogou e matou o marido a tiro. Leia tudo o que foi dito em tribunal

Mulher revela tudo o que fez depois de matar o triatleta. A antiga advogada, Tânia Reis, e o perito forense, João de Sousa, sentaram-se no banco de réus.
Tânia Laranjo e Débora Carvalho 30 de Maio de 2023 às 13:56
Rosa Grilo chega a tribunal
Rosa Grilo chega a tribunal
Rosa Grilo chega a tribunal
Rosa Grilo chega a tribunal
Rosa Grilo chega a tribunal
Rosa Grilo chega a tribunal
Rosa Grilo, a viúva do triatleta Luís Miguel Grilo, regressa esta terça-feira a tribunal de Vila Franca de Xira onde vai depor no processo que senta nos banco dos réus a antiga advogada, Tânia Reis, e o perito forense João de Sousa. Em causa está o caso das alegadas provas plantadas na casa onde Luís Grilo foi assassinado. 

Tânia Reis e João de Sousa estão acusados do crime de favorecimento pessoal e arriscam pena de prisão.
Ao minuto Atualizado a 30 de mai de 2023 | 17:25
16:34 | 30/05

Termina o julgamento

Terminou o julgamento. Rosa Grilo sai do tribunal. 
16:05 | 30/05

Rosa Grilo diz que Tânia Reis lhe pediu a chave de casa

Ministério Público questiona: "Pediu para o seu pai se desfazer das munições já durante o julgamento?"

Rosa Grilo diz que sim.

MP questiona sobre ajuda do João. Rosa Grilo diz que não sabe se foi o João de Sousa a contactar Tânia Reis ou se vice-versa.

"Ele disse-me que eu ia ser condenada", afirma Rosa.

Juíza questiona: "O que lhe disse Tânia Reis?"

Rosa diz: "Pediu-me para o meu pai lhe dar a chave da casa."

Juíza: "Mas para quê?" Rosa responde: "Para ver a questão da banheira. Ou melhor, não sei bem… desculpe, é muita coisa… "

Questionada sobre quem lhe falou da banheira, Rosa diz que foi Tânia. "Foram eles que combinaram. Não decidi nada. Só dei informação", garante Rosa.

Rosa esclarece que não tem advogado de momento. 

Questionada sobre se Tânia Reis lhe pediu para ir deixar alguma coisa em sua casa, Rosa Grilo diz que não.

Tânia Reis chora. Não contém as lágrimas e pede desculpa ao tribunal. Dirige-se a Rosa e diz: "Tu sabes que eu era incapaz".

A juíza interrompe:"Pediu ao Dr. João [de Sousa] para deixar lá os invólucros?"

Rosa diz que não. Juíza pergunta quando falou com João de Sousa e Rosa diz que foi muito mais tarde.

Defesa de Tânia insiste sobre os contactos e insistências de João de Sousa a Tânia Reis. Rosa diz que não sabe ou não se recorda.

"Os dias na cadeia são diferentes. Perdemos a noção do tempo. É muito complicado dizer que foi naquele dia ou noutro", afirma Rosa Grilo.

Relativamente à estratégia de defesa seguida por Tânia Reis, Rosa Grilo diz que se opôs "algumas vezes".
15:49 | 30/05

Rosa Grilo conta o que fez depois de matar o marido

A mulher recorda agora o que disse à GNR quando foi dar o alerta para o desaparecimento do marido.

Conta que GNR lhe pediu para ligar aos amigos do Luís. Assim o fez. Vieram muitos amigos de imediato. Que começaram logo buscas e falaram com os jornais.

Questionada sobre a bicicleta a mulher diz que estava na garagem. "Nessa madrugada, meti o Luís na carrinha. E a bicicleta", afirma.

"O que fez à bicicleta?", questiona a juíza. "Deitei-a noutro sítio, não no local onde deixei o Luís", afirma a mulher.

"Deitar o Luís foi muito difícil", diz Rosa Grilo.

A juíza insiste. "Os invólucros é o que mais importa aqui", diz.

"A PJ não os encontrou. Nem me lembrei deles. Eles nem viram coisas grandes. Quando a PJ foi lá, o colchão estava na varanda e eles também não o viram", afirma Rosa Grilo.

Procuradora do Ministério Público questiona: "A que distância estava da banheira?"

Rosa levanta-se e diz que estava a um metro, mais ou menos.

"Matou o seu marido antes ou depois de ligar o telemóvel?", questiona a procuradora. "Não desliguei o meu telemóvel", diz.

Tensão entre o Ministério Público e o advogado de João de Sousa. O advogado interrompeu a procuradora. 

Rosa afirma: "O meu estado emocional desde aquele dia até hoje nunca mais foi normal".
15:35 | 30/05

Rosa explica o que fez depois de matar o marido a tiro

Juíza pergunta pelos invólucros. "Eu apanhei três invólucros. O outro deve ter sido o da garagem", garante Rosa.

"Fui apanhando à medida que os ia vendo. Meti no guarda jóias e na caixa de CD's", acrescenta.

Juíza: "Porque não meteu no lixo?"

"Não sei. Não estava racional", afirma Rosa.

"Ele era um homem de palavra e fazia o que dizia que fazia. Fugir não adiantava. E peguei na arma. O Luís estava deitado na cama de costas para nós", acrescenta.

Juíza pergunta quem eram os "nós".

Rosa diz que não é "nós" e que estava sozinha

Juíza insiste sobre o "nós" mas acaba por aceitar resposta.

"Havia sangue. Tive bastante tempo fechada na casa de banho. Não sabia o que havia de fazer. Saí de casa com a arma. Não sabia o que fazer", diz Rosa.

"Saiu de casa com a arma na mão?", questiona a juíza. Rosa diz que sim.

Juíza: "Que horas eram?". Rosa diz que era meio-dia.

"E ninguém a viu?", questiona a juíza. Rosa diz que não.

Rosa Grilo ri-se quando é questionada sobre ter saído de casa com a arma na mão.

Questionada sobre António Joaquim, Rosa refere: "Pensei em dizer-lhe. Mas depois fui deixar a arma em casa do António".

"Sabia que o António estava a trabalhar?", questiona a juíza. Rosa diz que sim.

Juíza pergunta o que fez.

"Lavei a arma com água, primeiro. (...) Como sabia que ele tinha a arma registada, ia ser suspeito. Se a deita-se fora, ele também ia saber. Usei uma faca de serrilha para danificar o cano. Fui também à casa de banho dele e meti água oxigenada. Deixei a secar e guardei", afirma.

Rosa diz que foi comprar lixívia para ir limpar o quarto. Diz que tinha de se despachar porque o filho estava quase a chegar. 

"Depois levei o Luís para a garagem. Enrolei-o nos lençóis e atei com uma corda e arrastei-o", confessa a mulher.

Diz que tinha lenha na garagem e que tapou o corpo com a lenha. No quarto meteu a roupa por cima da cama. O colchão estava sujo com sangue. Diz que limpou o chão com toalhas de banho.

A juíza questiona o que fez com as toalhas e Rosa diz que colocou no lixo. 

"Guardei os invólucros numa gaveta, no guarda jóias e numa caixa de CD's. Pedi à Tânia para se livrar da caixa das munições", revela Rosa Grilo.

"E a Tânia Reis disse que não?", questiona a juíza. "Sim, disse que não. E depois pedi ao meu pai", afirma.

A juíza questiona se isto aconteceu quando já estava presa e Rosa Grilo diz que sim.

"Quando fui abrir a porta à PJ, tinha a caixa das munições no bolso do roupão. Sentei-me depois no sofá do quarto do Renato [filho] e escondi as munições na junção do sofá. Naquele sítio onde perdemos os comandos da televisão", afirma Rosa.

Rosa Grilo diz que no dia seguinte a ter morto Luís, no dia 16 de junho de 2018, teve muita gente em casa. 
15:19 | 30/05

Rosa Grilo confessa que matou o marido a tiro depois de o drogar

Defesa de João de Sousa diz que se deve pedir a Tires a que dias os reclusos têm aulas de carreira de tiro, já que ela já presa desde 2018.

Juíza indefere requerimento.

Defesa de João continua a perguntar:"Quando deu o tiro na banheira?"

Rosa responde: "Em junho/julho de 2018. Antes de irmos a Frankfurt. O ir buscar a arma foi na sequência de um desentendimento"

Questionam: "A banheira estava com alguma água?"

Diz que sim.

"O que aconteceu à água?, questionam. Rosa diz: "A água espalhou-se e depois tapei o buraco com silicone"

"E já tinha disparado esta arma?", perguntam.

"Sim, na garagem. Mas nem sei onde acertei. Nem sei onde está o invólucro", afirma a condenada que garante que fez um disparo na banheira e outro na garagem.

Rosa Grilo admite que fez quatro disparos. "Fiz os outros dois sobre o meu marido", afirma.

"Fiz dois. Num deles não acertei. Ele estava profundamente adormecido", continua.

Rosa hesita. Respira fundo e emociona-se.

"Na noite anterior tivemos um desentendimento muito grande. Eu tinha uma caixa de calmantes. E quando lhe servi a refeição meti-lhe pelo menos meia dúzia de comprimidos", conta revelando que drogou o marido.

"Decidi naquela noite que ia fugir no dia seguinte com o miúdo", refere Rosa afirmando que estava sozinha com o marido.

"Ele era um homem de palavra e fazia o que dizia que fazia. Fugir não adiantava. E peguei na arma. O Luís estava deitado", acrescenta.
15:02 | 30/05

Defesa de Tânia Reis questiona Rosa Grilo

Momento de tensão entre advogados. Estão praticamente lado a lado mas o advogado de João de Sousa pede ao colega para falar mais alto. 

Advogado de Tânia diz que requerimento sobre manuseamento da arma deve ser indeferido.

Defesa de João de Sousa diz que é preciso saber se Rosa Grilo sabe ou não manusear arma.
14:51 | 30/05

Rosa Grilo confessa que deu tiro na banheira para "experimentar"

Defesa questiona: "A Rosa está a dizer que deu um tiro na banheira para experimentar?"

Rosa Grilo responde: "Sim. Fui buscar a arma a casa do António Joaquim. Nas últimas semanas de vida dele [Luís Grilo], ele ameaçava-me. Estávamos numa fase de rutura. Tinha medo. Fui buscar a arma não para o matar, mas para o caso de ele me fazer mal. Experimentei a arma na banheira".

"Disparei contra uma almofada, na banheira", acrescenta.

Questionada sobre se tinha acesso à casa de António Joaquim, a condenada diz que sim.

"Ele mostrou-me uma vez [onde estava a arma]. Tinha a arma num saco de Lego. Até lhe sugeri para ele esconder noutro sítio", diz Rosa Grilo. 

"E a arma foi escondida na sua presença?", questionam. Rosa diz que sim e afirma que o ex-amante tinha "várias balas".

"Naquela altura fui instruída para dizer isso. A minha defesa. Uma das coisas foi dizer que não sabia mexer numa arma"", refere Rosa Grilo. 

"A minha defesa transmitiu-me isso", acrescenta assumindo que mentiu quando disse que não sabia disparar ou pegar numa arma.

"E quando fez o teste e deixou cair a arma?", questiona a defesa. Rosa admite que foi de propósito.

O advogado pede à juíza para Rosa pegar numa arma que trouxe. Uma arma amarela de plástico. Rosa pega na arma e mostra que sabe.

Defesa de Tânia Reis contesta. A juíza não tinha dado autorização nem ouvido o requerimento de forma oficial.
14:37 | 30/05

Rosa Grilo questionada pela defesa de João Sousa

Rosa Grilo começa a falar em tribunal. Diz estar a estudar Ciências Sociais e afirma conhecer Tânia Reis desde a infância. 

A defesa de João Reis começa a questionar Rosa e pede-lhe que fale a verdade.

Diz que há crimes a prescrever em junho no processo do homicídio. Pergunta-lhe qual foi o primeiro contacto com João de Sousa. Rosa Grilo responde: "Foi por carta. Em janeiro de 2020. Naquela altura recebia muitas cartas. A carta não era muito animadora. Referia que ele tinha contactos forenses e não me dava grandes esperanças".

Questionada sobre a ajuda que João de Sousa oferecia, Rosa Grilo responde que Tânia Reis lhe disse que ia trabalhar com ele.

Rosa Grilo pede para beber água. Afirma que Tânia Reis lhe pediu autorização para ir à sua casa com João de Sousa.

A defesa questiona: "A Tânia sabia da bala na bandeira?"

Rosa Grilo responde: "Sim. Eu contei-lhe que tinha dado um tiro na banheira com uma arma que não era minha, era do António. "
14:07 | 30/05

Irmã de triatleta e mãe de ex-amante de Rosa Grilo assistem a julgamento

A irmã de Luís Grilo e a mãe de António Joaquim, ex-amante de Rosa Grilo, já estão em tribunal para assistir ao julgamento.
14:04 | 30/05

Rosa Grilo já está em tribunal

Rosa Grilo, condenada a 25 anos de cadeia pela morte do marido Luís Grilo, chega a tribunal. Várias pessoas gritam "assassina".

A antiga advogada, Tânia Reis, também já está em tribunal.
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Luís Miguel Grilo Vila Franca de Xira Rosa Grilo Tânia Reis e João
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