Segundo Ricardo Cunha, este tipo de "irregularidades cometidas pelos bombeiros voluntários" da cidade de Lisboa tem sido "recorrente".
O Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores disse esta segunda-feira que o incêndio que alastrou ao Parque Florestal de Monsanto no sábado à noite ocorreu porque os bombeiros voluntários "não informaram" a central do RSB de Lisboa como está previsto na lei.
Em declarações à Lusa, Ricardo Cunha, representante do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), explicou que o incêndio, que teve início numa viatura a arder na Autoestrada 5 (A5) na noite de sábado e que se propagou a Monsanto, ocorreu porque os bombeiros voluntários "não informaram" a central do Regimento Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa.
"As pessoas ligaram-lhes para dar conta da ocorrência e os bombeiros voluntários não informaram de imediato a central do RSB, como deve ser por lei. Deviam ter avisado que havia um fogo, que iam para lá com meios e o Regimento iria também", disse.
Segundo Ricardo Cunha, este tipo de "irregularidades cometidas pelos bombeiros voluntários" da cidade de Lisboa tem sido "recorrente", tendo já sido alertado o vereador da Proteção Civil Municipal (PCM), Ângelo Pereira, desde que ocupa o lugar.
"O sindicato tem alertado que o socorro à cidade de Lisboa está em risco e que, se nada for feito, um dia poderia acontecer algo que leve à perda de vidas e de bem materiais e é por isso que considera que o vereador não tem condições para continuar no cargo à frente da PCM, pois já se comprometeu a tomar decisões para corrigir as irregularidades dos [bombeiros] voluntários e nada fez", adiantou.
De acordo com o sindicalista, que pertence aos bombeiros sapadores há 18 anos, o RSB de Lisboa tem um quartel "a menos de 500 metros" do local onde se deu a ocorrência em Monsanto, pelo que "iria chegar rapidamente".
"Estamos a falar do pulmão da cidade. Se perdemos o Parque Florestal de Monsanto vai ser muito mau, é o pulmão", alertou o responsável, comparando que o ar na capital poderia ficar semelhante a muitas cidades no Japão em que os cidadãos têm de andar na rua de máscara.
Numa resposta escrita enviada à Lusa, o vereador Ângelo Pereira (PSD) disse que "o socorro à cidade de Lisboa se encontra perfeitamente assegurado", lembrando até que o incêndio ocorreu em simultâneo com a Jornada Mundial da Juventude.
O vereador afirma que se deslocou de imediato ao local, tendpo testemunhado "a pronta e eficiente ação das várias corporações de bombeiros" presentes, tendo o fogo sido "prontamente atacado e debelado".
De acordo com Ângelo Pereira, o primeiro alerta "foi dado ao Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB), através da linha 112 (INEM) às 21:55, tendo este [RSB] se dirigido de imediato ao local", seguindo depois os bombeiros voluntários de Campo de Ourique, que "tiveram conhecimento da ocorrência pelas 21:57, por observação visual direta".
"Nesse momento, o RSB assumiu o controlo das operações, tendo o incêndio sido declarado extinto às 23:14", acrescentou, salientando que no domingo ocorreu outro incêndio no Parque Florestal de Monsanto, "com alerta dado às 21:00, tendo sido prontamente atacado pelas 21:04 pelo RSB e bombeiros voluntários, encontrando-se circunscrito logo pelas 21:15".
Por seu turno, Ricardo Cunha disse também que os Sapadores tiveram de atuar "de forma musculada e arriscar a sua vida" por não ter sido cumprido o que está regulamentado, mas que, "felizmente, ainda foi a tempo".
"O importante não é quem chega em primeiro e faz o socorro, o importante é fazer o socorro", frisou, salientando que poderia ter sido evitado que o fogo chegasse à mata de Monsanto se o RSB tivesse sido logo alertado.
Ricardo Cunha avançou ainda que vai ser pedida uma reunião com caráter de urgência ao presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, para dar conta pessoalmente do que está a acontecer "já há muito tempo" e que foi já denunciado ao vereador Ângelo Pereira.
Também a diretora municipal da Proteção Civil, acrescentou, "tem conhecimento das situações", além do comando do RSB, considerando que estes "devem tirar as suas conclusões".
O Parque Florestal de Monsanto, às portas da cidade (na área ocidental), tem mais de 900 hectares, sendo conhecido como "o pulmão de Lisboa". É uma mata diversificada, com equipamentos desportivos, culturais e de lazer.
Os bombeiros voluntários têm uma profissão principal, sendo bombeiros em regime de voluntariado, geridos normalmente por associações humanitárias de bombeiros ou privados, licenciados pelas câmaras municipais e validados pela Proteção Civil.
Já os bombeiros sapadores são os corpos de bombeiros de cariz totalmente profissional, onde não existem voluntários, existindo, sobretudo nas grandes cidades, encontrando-se sob a tutela da câmara municipal do respetivo concelho.
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