"Eles eram nossos amigos. Passávamos os dias inteiros juntos. Só vivo bem comigo por não sentir qualquer culpa nesta tragédia". A garantia é de José Pedro Monteiro, visivelmente emocionado e num misto de indignação e revolta por voltar a sentar-se no banco dos réus, acusado do homicídio negligente de três colegas da licenciatura em Engenharia Informática da Universidade do Minho, que a 23 de abril de 2014 morreram numa ação de praxe.
O agora engenheiro informático, de 23 anos, diz sentir-se inocente e mostrou-se inconformado por a Câmara de Braga ter sido afastada do processo.
"Queremos colaborar com a Justiça, para que a verdade venha ao de cima. Mas há pessoas que deviam estar aqui e não estão, nomeadamente a Câmara de Braga. É ridículo a Câmara passar ilesa e nós continuarmos no processo até hoje", vincou José Pedro Monteiro, esta quinta-feira no início da repetição do julgamento ordenada pelo Tribunal da Relação de Guimarães.
Os desembargadores mandaram que fosse feito novo julgamento, com perícia à estrutura de caixas de correio que ruiu, matando João Pedro Vieira, Vasco Rodrigues e Nuno Ramalho, de 18, 19 e 21 anos. A perícia não foi feita, uma vez que técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil consideraram que a estrutura se apresentava degradada e já sem condições para avaliação. José Pedro Monteiro, André Marinho, Luís Pedro e José Afonso respondem por homicídio negligente.n