A terceira sessão do julgamento da rede de tráfico de droga que tem como arguido Vítor Soares, mais conhecido como 'Vitó', decorreu esta segunda-feira no tribunal de Bragança.
Sónia Jesus, ex-concorrente do Big Brother, não esteve presente, mas será ouvida numa das próximas sessões.
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Atualizado a 5 de jun de 2023 | 19:15
Militar da GNR conta que Vitó e Amílcar usavam cores de carros para distinguir canábis e haxixe
Num depoimento de mais de meia hora, um militar do Núcleo de Investigação Criminal relatou ao coletivo de juízes a Investigação feita, durante vários meses, à rede de tráfico de droga.
Durante o depoimento, referiu que Vitó tinha ligações a Amílcar Teixeira e que seria o arguido quem fornecia a Amílcar canábis e haxixe. Usavam códigos como carro verde para se referiram ao canábis e carro castanho quando queriam falar de haxixe.
O inspetor disse ainda que foi através de escutas de um número que mais tarde perceberam que pertencia a Vitó, que identificaram a relação e seguiram inclusive Amílcar até Vila Nova de Gaia. Encontravam-se num local denominado de "as curvas", que segundo o inspetor seria o código para o prédio de Vitó.
Segundo a Investigação e este depoimento, Amílcar nunca levou azeite a Vitó.
Tio de Amílcar Teixeira revela que sobrinho lhe terá tentado "vender um revólver" mas que "não quis"
A sessão do julgamento é retomada. Continuam a ser ouvidas testemunhas no Tribunal de Bragança, relacionadas com o caso "Semente em Pó".
Uma das testemunhas é tio de Amílcar Teixeira, o pai de Edmar que também participou no Big Brother, onde, alegadamente, esta rede poderá ter tido início.
Frente ao coletivo de juízes, o tio do arguido, de 83 anos, referiu que o sobrinho lhe terá tentado "vender um revólver" mas que "não quis".
Sobre este arguido, além do tráfico de estupefacientes, recai ainda acusação do crime de tráfico e mediação de armas.
Pausa no julgamento
Pausa no julgamento
Testemunha diz que nada sabe sobre "transações relacionadas com droga" a envolver Amílcar
Uma quinta testemunha, de Vale de Salgueiro, Mirandela, toma a palavra.
"Conhecia o falecido Jorge (um dos arguidos), o Amílcar também conheço mas apenas de o ver em casa do Jorge, quando às vezes ia lá", refere, acrescentando ainda que não sabe nada sobre "transações relacionadas com droga".
Vitó emprestou cerca de 1000 euros a barbeiro para uma passagem de avião
A quarta testemunha vem de Vila Nova de Gaia, era barbeiro de Vitó.
"Ele sempre foi meu cliente, apenas isso", garante.
O Procurador questionou várias vezes a testemunha de se alguma vez teria comprado droga a Vitó, afirmando sempre que "nunca" lhe comprou droga.
O advogado de defesa questionou a testemunha sobre um empréstimo de dinheiro, por parte de Vítor.
"Ele emprestou-me dinheiro para comprar uma passagem de avião, foram cerca de mil euros. Eu ia pagando quando podia".
O coletivo de juízes trouxe à conversa uma escuta telefónica onde refere que "o Vítor estava bastante chateado ao telefone, seria só por essa dívida", questiona.
A testemunha mantém a versão.
Terceira testemunha afirma que fumava canabis com Amílcar e que "nunca pagou nada por isso"
Uma terceira testemunha, também presencial, refere que "não tem qualquer conhecimento sobre drogas", embora conheça Sandra, Jorge e Amílcar. No entanto, admitiu que "fumava com o Amílcar" uma "três ou quatro vezes" canabis, mas assegura que "nunca pagou nada por isso".
"Fui com o Amílcar a Espanha, mas eu fiquei no carro e ele apareceu com uns sacos com sementes, penso que eram de canabis e ainda me deu um pacote só que eu nunca plantei", referindo ainda que "aquilo era uma loja de plantas, penso".
Testemunha que vendeu café a Amílcar garante que não "sabia sobre drogas"
Uma segunda testemunha, agora presencial, é dono de um restaurante em Mirandela.
"Conheço a Sandra porque como tenho um restaurante ela e o Jorge iam lá comer", referiu, assumindo também que conhece Amílcar Teixeira, pai do ex-concorrente do Big Brother Edmar Teixeira.
"Conheço o Amílcar, fui eu que lhe vendi o café".
Questionado pelo Procurador, referiu que "nada sabia sobre drogas" e que nunca "tinha visto nada a circular ou qualquer tipo de conversa sobre drogas, entre eles."
Começa a terceira sessão do julgamento
Sessão começou há instantes, com uma testemunha arrolada pelo Ministério Público que reside em França e está a ser ouvida por videoconferência.
Admite conhecer Júlio Carvalho, o arguido que reside em Boticas e que continua em liberdade desde o início do processo.
"Somos amigos de infância mas nunca o vi fumar, pelo menos comigo nunca fumou", afirma.