O Norte esteve em chamas durante todo o dia de ontem, com mais de três dezenas de incêndios registados, sendo que o mais grave foi o de campanhó, Mondim de Basto, em plena Serra do Marão.
Os 30 fogos de ontem, nove dos quais considerados preocupantes, vieram agravar ainda mais as estatísticas deste Outono, nomeadamente de Outubro e dos primeiros dias deste mês.
Esta época de fogos tardia fez com que em Outubro se tivessem registado 3151 fogos, bastantes mais do que em cada um dos meses de Verão. Em Junho foram detectadas 648 ocorrências, número que subiu em Julho para 1372 e que em Agosto duplicou para 2622.
As temperaturas altas, os ventos fortes e as alegadas mãos criminosas e a redução de meios de vigilância e prevenção (a fase Charlie acabou no fim de Setembro) estão a contribuir para contribuir para um dos Outonos com mais fogos de sempre.
Refira-se que desde o início do mês ocorreram dois incêndios com mais de 300 hectares e que só nes- tes últimos dias se registaram mais de 300 incêndios florestais e mais de 800 fogachos.
O incêndio de Campanhó, em Mondim de Basto, que começou pelas 23h00 de terça-feira e foi circunscrito ontem, a meio da tarde, foi o maior dos últimos dias e chegou a ser combatido por 241 homens, apoiados por mais de 70 viaturas, um canadair espanhol e dois helicópteros.
A zona em que o sinistro começou é frequentada por pastores, sendo frequentes as queimadas – a principal causa dos fogos deste Outono. Segundo o comandante distrital da Protecção Civil de Vila Real, Carlos Silva, o vento, o calor e o mato seco foram os principais inimigos dos bombeiros. Ao fim da manhã, este responsável colocava a diminuição dos ventos, como condição para que a intensidade do fogo diminuísse e permitisse um combate mais eficaz às chamas, o que veio a acontecer.
O Governador Civil de Vila Real pediu à GNR uma “investigação apurada” a este e a outros incêndios que, nos últimos dias, têm fustigado este distrito transmontano.
António Alves Martinho diz que “é muito estranho” que boa parte dos incêndios tenham início depois das 22h00, sublinhando que “esta situação leva a pensar na “existência de mãos criminosas”.
Outra situação complexa e que está a merecer preocupadas atenções das autoridades é a que se vive no Parque Nacional da Peneda-Gerês, onde tem havido fogos praticamente todos os dias.
Entretanto, o Governo decidiu reforçar os meios de prevenção e combate no Norte do País, nomeadamente os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real e Viseu.
Assim, a região passa a contar com mais seis equipas de GIPS (30 homens), seis equipas (30 homens) da Força Espacial de Bombeiros Canarinhos e quatro helicópteros. Para além disso, estará disponível em permanência uma coluna nacional com 220 homens e 48 veículos.
BAIÃO 'COLECCIONA' INCÊNDIOS
No concelho de Baião, em uma semana, os bombeiros já registaram doze fogos. A situação anormal levanta suspeitas, uma vez que os incêndios começam todos à noite, entre as 22h00 e a meia-noite, e na maioria dos casos em locais de mato cerrado.
O fogo que começou, anteontem às 22h00, em Loivos do Monte, e que ainda ontem consumia uma vasta extensão de floresta, não fugiu a regra. “Começou mesmo no cimo de um monte, num local de difícil acesso. Suspeitamos de mão criminosa”, disse ao CM, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Baião, José Costa.
As maiores dificuldades encontradas no terreno prendem-se com a altura e densidade do mato, o que prejudica o acesso ao fogo, e os ventos forte que têm tornado o incêndio incontrolável.
BOM TEMPO CONDICIONA
Até ao fim da semana não irá chover no Continente. As previsões do Instituto de Meteorologia indicam céu limpo para os próximos dois dias. Para sábado verifica-se “céu pouco nublado, temporariamente muito nublado por nuvens altas”, permanecendo as temperaturas máximas elevadas, para esta época do ano, a rondarem os 23.º. O tempo seco que se faz sentir resulta da presença do anticiclone dos Açores estabilizado a Sul da Irlanda, quando deveria de estar localizado ao largo do Atlântico. Os primeiros dias de Novembro apresentam, assim, um clima de Outono com características de Primavera a exemplo do que aconteceu com o mês anterior. “Houve uma persistência de temperaturas máximas iguais ou superiores a 25 graus numa extensa área do território”, disse Luís Filipe Nenues, responsável pela divisão de observação meteorológica e do clima do Instituto de Meteorologia. Em Alcácer do Sal, por exemplo, registaram-se 22 dias com temperaturas superiores a 25 graus. Em Lisboa, Estremoz e Faro foram onze dias.
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