Texto publicado nas redes sociais descreve agressores como "cães raivosos".
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Os relatos de violência na K Urban, uma das discotecas mais conhecidas de Lisboa, repetem-se. Um deles é o de um cidadão britânico, que resolveu denunciar o caso por que passou na rede social Medium, num texto com o título "Cães raivosos em Lisboa".
O inglês Connor McCreesh, faz uma descrição pormenorizada da noite de verão em que diz ter sido agredido de forma muito violenta à porta da discoteca lisboeta pelos seguranças do espaço.
McCreeesh diz que o objetivo do texto é denunciar a brutalidade que se vive naquele clube noturno, que segundo o jovem, tem situações de violência "quase todas as semanas".
"Esta publicação relata um dos atos mais chocantes de violência gratuita e sem sentido a que já assisti", começa o jovem. "Não tenho a certeza se alguma vez me senti tão impotente. As cicatrizes mentais do incidente ainda estão frescas, semanas depois do que aconteceu", continua Connor.
Foi numa sexta-feira à noite que o jovem se juntou com cerca de 10 amigos para aproveitar a noite lisboeta. Por volta das 02H00 da manhã, os jovens começaram à procura de um sítio para irem dançar. "Na noite anterior eu descobri o K Urban Beach Bar, com uma rapariga muito bonita de Boston (era branca, o que aparentemente é importante) ", escreveu Connor, em tom irónico.
O rapaz sugeriu aos amigos que fossem a essa discoteca, que parecia ter um ótimo aspeto. Caminharam todos cerca de 15 a 20 minutos desde a rua Cor-de-Rosa, no Cais do Sodré. Foram para a fila e, quando chegou a vez deles, um segurança perguntou "quantos são?". O jovem respondeu "somos 10" e o segurança não hesitou a responder: "desculpe, mas é uma festa privada, têm de ir embora".
Connor não acreditou, mas decidiu que "não valia a pena dizer mais nada". "Lidei com seguranças a fazer demonstrações de poder várias vezes, sei que há muito pouco a fazer e não vale a pena motivar provocações". Depois disto, o jovem disse aos colegas para irem a outra discoteca ali perto e começou a afastar-se da porta de entrada do Urban. Mas os amigos não fizeram logo o que ele disse, e quando olhou para trás, viu-os "parados por um segundo até começar a ver pessoas a serem empurradas".
De acordo com o relato de Connor, um dos seus amigos, chamado Eddie, foi esmurrado por um dos cinco seguranças no momento em que olhou para trás para ver o que se estava a passar e, em seguida, caiu no chão. Quando o jovem estava a caminhar novamente para junto dos amigos, outros dois foram agredidos e deitados ao chão. "O Kib levou um grande pontapé na cara, parecia que tinha sido atingido por uma bomba. Fui ter com ele e, quando ainda estava a perceber o que se estava a passar, ele levou outro soco no queixo".
Como se cinco seguranças não chegassem para agredir os jovens, juntaram-se-lhes mais cinco. "Não são dez seguranças, são dez cães raivosos sóbrios, coordenados, claramente trinados para lutar com pontapés na cabeça", exclamou o jovem. Todos os jovens estavam a proteger o amigo que estava mais magoado, quando os seguranças começam a gritar "saiam daqui, tirem-no do caminho!"
Connor estava a tentar manter-se calmo, enquanto os amigos "gritavam de terror e raiva". Descreve "um grupo de selvagens" atrás dele a gritar para o amigo quase inconsciente, a pontapeá-lo e a atirar garrafas de água para a sua cara. Segundo o relato de Conner, conseguiram então tirar o amigo, ferido e inanimado, dali e levá-lo para um muro perto da discoteca.
Começaram a tentar reanimar Kib e, enquanto isso, um dos dez seguranças que estava no local aproxima-se de Adi, uma rapariga do grupo de amigos de Connor que tinha filmado o ataque. O britânico conta que o segurança agarrou no telemóvel da rapariga, bateu-lhe e atirou-lhe o telemóvel para a água. Adi começou a gritar e Connor, para proteger a amiga, pôs-se à frente do segurança. Levou quatro murros.
O relato da violência não fica por aqui. Connor voltou a ser agredido e três outros seguranças aproximam-se de Kib. Com este ainda inconsciente, começam "a esmurrá-lo no rosto e decidiram apertar-lhe o pescoço" até desmaiar. Depois, os seguranças retiraram-se para o interior da discoteca.
Connor chamou a polícia e uma ambulância para levar os amigos feridos para o hospital. Segundo o jovem, as autoridades disseram-lhe que aquelas situações eram frequentes e que não havia nada a fazer: "o processo em tribunal demora entre seis a 12 meses e raramente os turistas ficam cá esse tempo todo".
Críticas no TripAdvisor
Mais de 50% dos utilizadores do site consideram a discoteca como "terrível", e alguns chegam mesmo a dizer que o local é "racista e violento" ou que "está na altura de ser fechado". A maior parte dos comentários sugere que os funcionários são violentos. Podem ler-se avaliações com títulos como "De fugir", "Foge daí…", "Violência bárbara, tentativa de homicídio" e "'Walking dead' não é nada ao lado disto".
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