Abdul Bashir, homem de nacionalidade afegã que matou duas mulheres e feriu gravemente um professor nas instalações do Centro Ismaelita em Lisboa, na manhã desta terça-feira, vive no centro de Odivelas, no sétimo andar de um prédio, com os três filhos menores, de quatro, sete e nove anos de idade.

O vizinho do andar de baixo disse ter acordado de madrugada com o barulho que vinha de casa de Abdul, mas não viu o homem durante a manhã. Por volta do meio dia, a Polícia Judiciária esteve no prédio a tentar recolher informações do homicida.

O agressor, de 28 anos, está em Portugal há cerca de um ano. Já esteve refugiado em Lesbos, na Grécia, onde perdeu a mulher, que morreu durante um incêndio, conforme revelou num vídeo gravado para a associação RED SOS - Refugiados Europa, e que desde esse momento vive "em condições muito difíceis". No mesmo vídeo, Abdul disse ainda ser licenciado em telecomunicações. 

O homem, que estava a ter aulas de português no Centro Ismaelita de Lisboa, também recebia apoio alimentar da mesma instituição. O Ministro da Administração Interna informou que o agressor era "beneficiário de estatuto de proteção".

O afegão chegou a Portugal, com os três filhos, no âmbito do lote de refugiados que Portugal aceitou receber, em fuga ao regime talibã, em finais de 2021. Foi-lhe atribuído documento de proteção e asilo, para o mesmo e os três filhos menores, que tem validade até 13 de Dezembro de 2026.