12.º perde disciplina e Inglês é obrigatório

A proposta de revisão da estrutura curricular ontem apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência acaba com uma disciplina no 12º ano (a segunda opção), passando os alunos a ter apenas quatro disciplinas no último ano do Secundário. O Inglês ganha força (em detrimento do Francês), passando a ser língua obrigatória a partir do 5º ano e por um período de cinco anos. O ministro Nuno Crato fez questão de sublinhar que a proposta "não foi feita a olhar para o orçamento", mas não esclareceu se poderá provocar despedimentos de professores. As alterações deverão entrar em vigor no ano lectivo 2012/13.

13 de dezembro de 2011 às 01:00
nuno crato, educação, ministro, reformas, inglês, escolas, professores, mário nogueira Foto: João Miguel Rodrigues
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Outra das mudanças passa pelo fim da Educação Visual e Tecnológica no 2º Ciclo, dando lugar a duas disciplinas distintas: Educação Visual e Educação Tecnológica. Esta última disciplina fica agregada a Tecnologias de Informação e Comunicação, que deixa de ser leccionada no 9º ano e passa para os 5º e 6º anos de escolaridade. Já História e Geografia no 3º Ciclo continuam a ser disciplinas separadas (chegou a especular-se com uma possível fusão) e até vêem a carga horária reforçada. A disciplina de Formação Cívica é eliminada nos 2º e 3º ciclos e no 10º ano. Também o Estudo Acompanhado ‘desaparece' do 2º Ciclo, mas a tutela propõe que passe a haver Apoio ao Estudo facultativo, tendo o ministro esclarecido que as escolas terão de disponibilizar essa oferta e os alunos optarão se querem ou não frequentar estas aulas. Referência para a manutenção do reforço horário a Português e Matemática, medida introduzida no ano lectivo que se iniciou em Setembro.

Nuno Crato destacou que estas são apenas "mudanças cirúrgicas". "Sabemos que o ensino precisa de muitas reformas, há muitas mudanças para serem feitas, mas nada pior do que mudar tudo do dia para a noite", afirmou.

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"10 MIL PROFESSORES TÊM O LUGAR EM RISCO"

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, afirma que a proposta de revisão curricular do Governo pode levar ao despedimento de "10 mil professores". O dirigente diz que as medidas mais preocupantes são o fim da Formação Cívica e do Estudo Acompanhado. "Só estas medidas terão um impacto muito grande. Vamos ter de estudar melhor a proposta, mas pelo menos dez mil professores podem ter o lugar em risco", alerta o responsável.

O sindicalista mostrou-se também preocupado com o fim dos desdobramentos em Ciências da Natureza para actividade experimental no 2º Ciclo. Na prática, as turmas deixam de ser divididas ao meio para os alunos fazerem actividade experimental, o que fará com que sejam precisos menos professores.

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"Se acabam os desdobramentos, o professor passa a ter o dobro das turmas e isto é muito preocupante também para os alunos, porque uma aula experimental com 30 alunos não é igual a uma aula com 15".

Mário Nogueira frisa ainda que estas medidas servem apenas para cumprir o Orçamento do Estado e poupar 102 milhões de euros com o despedimento de docentes.

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