Comemos o dobro do sal ‘permitido’
Cada português come, em média, 10,7 gramas de sal por dia. Estudo inovador revela que em dez anos morreram menos 46% de pessoas com AVC.
Cada português come em média, por dia, 10,7 gramas de sal. Quase o dobro do valor máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde. "O AVC e o cancro do estômago são apenas duas das doenças relacionadas com o consumo de sódio", alerta Jorge Polónia, professor e investigador da Faculdade de Medicina do Porto, que liderou o PHYSA - um estudo que é considerado como o "maior e mais completo" trabalho alguma vez realizado em Portugal sobre prevalência e controlo de hipertensão, consumo de sal e padrões genéticos relacionados com hipertensão.
As conclusões do estudo, reveladas ontem, referem um dado importante: morrem menos 46% de portugueses por AVC do que há 10 anos, mas mesmo assim acima da média da Europa. "A melhoria explica-se com o controlo da pressão arterial em idades avançadas, a redução do consumo de sal e o uso de um comprimido que combina o efeito de vários, sendo assim uma medicação que é mantida mais tempo pelos doentes", explicou Jorge Polónia, não especificando o número de portugueses que é vítima de AVC. A hipertensão é uma doença para a vida toda e a prevalência nos adultos portugueses mantém-se nos 42%, sendo um pouco mais elevada nos homens. "O aumento do uso de comprimidos combinados pode ajudar a explicar o decréscimo de mortes por AVC."
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